758_aplicativos_educativosVira e mexe escuto PAIS E MÃES comentarem que suas CRIANÇAS ficam constantemente ENTEDIADAS, que solicitam muito a sua atenção ou que NÃO PARAM QUIETAS para brincar calmamente! Outros ainda completam “a TELEVISÃO E JOGOS ELETRÔNICOS são a melhor forma de distraí-los e conseguir um tempinho livre!” Confesso que me identifico com essa problemática muitas das vezes.

Será mesmo que as crianças hoje em dia não conseguem se CONCENTRAR PARA BRINCAR TRANQUILAMENTE? E a TV e os Jogos Eletrônicos são bons aliados para pais que desejam um TEMPO LIVRE, sem as crianças lhes solicitando atenção sem parar?

Pensando nessas perguntas tentei refletir sobre os impactos de deixar nossos filhos expostos a este tipo de estímulo, TV e Jogos eletrônicos, e sobre como posso apoiá-los a BRINCAR de forma livre, espontânea, criativa e concentrada. Meu objetivo neste texto é compartilhar minhas reflexões com você e não dizer o que pais e mães podem fazer em relação ao brincar das crianças. Vou levantar alguns pontos para que possamos criar juntos novas possibilidades para nossos filhos vivenciarem uma infância saudável e nós pais e mães sentirmos cada vez mais prazer em estar com eles. Sintam-se à vontade para comentar no final do texto e deixar suas opiniões, elas são sempre bem-vindas!

É sempre bom começar observando a criança e suas reais necessidades. É por meio de uma observação atenta que podemos ficar um mais tranquilos com as escolhas que fazemos para nossos filhos. E esta observação bem feita, talvez, seja o maior desafio pois, para logra-la, é necessário que o adulto silencie sua mente, suas vozes mentais repletas de necessidades próprias, juízos e preconceitos e vá ao encontro desta criança, com total quietude interna, interesse e abertura que o permita escutar de forma profunda e clara o que este pequeno ser tem a lhe dizer.

Hoje, percebo que pais e mães, e me incluo neste grupo, têm grande dificuldade de praticar esta observação adequadamente. Posso afirmar que ela é de fundamental importância para a relação entre pais e filhos, pois é preciso despertar um interesse profundo de um pelo outro e isso nasce de um desejo genuíno de crescimento, de evolução para assim inspirar as crianças com nosso exemplo, com o melhor que temos. Na verdade, poucos estão realmente disponíveis e interessados em olhar para dentro quando há tanto o que olhar, escutar, saborear e tocar por fora em um mundo construído pelo consumo pronto para ser vivido por pessoas que se distrairão e serão cooptadas pelo que está de fora.

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Para nós, pais, o trabalho requer ainda mais atenção pois, na maioria das vezes,  viemos de famílias pequenas com pouca experiência de cuidar de outra pessoa, com pouca prática em “sair de si” e ir em direção as necessidades deste outro, o que aumenta a probabilidade de nos tornarmos seres individualistas e com dificuldades de nos movimentarmos de forma autêntica nesta direção. Muito diferente das grandes famílias do início do século passado, nas quais os filhos mais velhos cuidavam dos irmãos mais novos desde muito cedo e os adultos quando tinham filhos já estavam acostumados a cuidar e se ocupar de outras pessoas, pois praticavam esse movimento de ir em direção do outro e voltar para si desde muito cedo.

As reais necessidades das crianças

É possível identificar as reais necessidades das crianças? SIM, é um desafio para nós, mas é possível fazê-lo! E quando conseguimos romper as barreiras do individualismo e as distrações que nos impedem de silenciar a mente, podemos perceber quais as reais necessidades de nossos filhos.

Quando silencio, consigo observar e perceber que uma criança, em seus primeiros anos de vida, precisa basicamente de:

1) CONTATO, criar vínculo com outros seres humanos, olhar nos olhos, ouvir vozes carinhosas, estar rodeada de pessoas interessadas e atentas a ela, se “sentir sentida”, se sentir amada.  Se apegar a este outro (pai/mãe/cuidador) para se inspirar e imitá-lo, pois dessa forma ela vai aprender o que é SER humano, o que é o mundo e como se relacionar com seu entorno. ‘Somos seres de relações e precisamos dessa interação social tanto quanto precisamos de comida’.
2) MOVIMENTO – A criança é puro movimento, é preciso deixa-la livre para se conhecer, conhecer seu corpo e  o mundo ao redor! Mover-se com liberdade, num espaço seguro e acolhedor, devidamente preparado e organizado, é uma das necessidades básicas das crianças. Elas precisam se movimentar para descobrir todas as possibilidades de seu corpo e, assim, alimentar a força da vontade para, futuramente, se desapegar dessa mãe/pai/cuidador e caminhar de forma autônoma, livre e confiante pelo mundo.

O contato e o movimento são fundamentais para o desenvolvimento do ser. A criança que tem ao seu lado um adulto atento as suas necessidades, presente, disponível para aprofundar-se nesta relação, que prepara um ambiente seguro, com estímulos adequados e permite que ela se movimente com liberdade, se sente segura e tem energia suficiente para explorar o mundo.  E a exploração e a experimentação do mundo vão acontecer por meio do brincar.

O Brincar e os Eletrônicos

154051cafe36fcc904a7f2b9254f841d1068920fBrincando a criança imita o mundo e recria o que recebe das pessoas que a cercam, ela elabora, no seu ritmo, tudo que absorve do seu entorno. No brincar ela movimenta e coloca seu corpo, emoções e mente em funcionamento, a serviço do mundo, das pessoas e dela mesma. Ela cria e explora cada detalhe de coisas simples como um toquinho de madeira, que ora é avião e ora é um cavalinho balançando. Quanto mais simples o brinquedo, mais espaço há para a criança fantasiar e se projetar, mais envolvida e concentrada em seu fazer/brincar ela ficará. Dessa forma, há fantasias suficientes para permitir que a criança fique ali entregue ao momento, inteira e presente e não exista a necessidade de buscar a TV e os jogos eletrônicos.

Num primeiro momento, estes a TV e os joguinhos podem parecer bons aliados para pais e mães que desejam um tempo de descanso sem as crianças por perto.  Este tipo de entretenimento deixa a maioria das crianças hipnotizadas, apáticas e imóveis, por um bom tempo. E aí pensamos que deixá-las assistir um pouco de TV ou jogar um joguinho eletrônico por alguns minutos diários talvez não faça mal. No entanto, o excesso de contato com esse tipo de estímulo, vai no sentido oposto das necessidades das crianças e pode ser extremamente perigoso.

Você tem dúvidas sobre isso? Observe então os impactos dos eletrônicos em você e nos seus filhos ou em outras pessoas ao seu redor. O que vocês sentem, pensam e fazem quando passam tempo demasiado em contato com o que se passa nas telas?

Num primeiro momento o contato excessivo com os eletrônicos gera uma PREGUIÇA E INÉRCIA incríveis. Sinto que a falta de movimento corporal aumenta quando estamos vendo TV, jogando joguinhos eletrônicos ou navegando na internet, quanto mais tempo de contato temos com eles. E os impactos não param por aí, por vezes me sinto angustiada e ansiosa, minha mente fica muito acelerada. E essa aceleração mental e as emoções “negativas” decorrentes deste processo, tais como ansiedade e raiva, influenciam minha relação com os demais e em especial com meus filhos e anseio que eles acompanhem este meu ritmo mental acelerado: “anda logo, menino!”.  Além disso, por vezes, me sinto sozinha e triste, mesmo quando estou rodeada de amigos virtuais e informações “super interessantes”. Percebo que na vida real as pessoas estão cada vez mais distantes umas das outras, pouco disponíveis para se escutarem, para se comunicarem  e aprofundarem em suas relações.

E o mesmo percebo no João, meu filho de 6 anos, quando assiste, digamos, a 1 hora de TV (a regra aqui em casa é TV e Joguinhos somente na sexta, sábado e domingo por não mais do que 1 hora por dia)  ele fica mais preguiçoso e pouco colaborativo. Passa o dia brincando de forma mais agressiva e agitada, com muita dificuldade de se aquietar e concentrar nas brincadeiras.

Além dos impactos que percebemos gerados pelo contato com as telas, há um conteúdo por trás disso tudo que também deve ser muito bem avaliado pelos pais. O que chega por meio das telas até nossas crianças?

Mais uma vez o caminho é colocar-se lado a lado dos pequenos e avaliar com atenção o conteúdo dos programas e jogos que eles têm contato. Eu tento selecionar ao máximo aqui em casa, mas sempre passa algo desapercebido ou uma avó que finge não conhecer os combinados da casa e deixa ver e jogar algo que não é permitido. É violência, lutas, disputas, competitividade, super poderes, valores e conceitos que impregnam nossos filhos com uma rapidez assustadora. Fora toda a indústria do consumo, que está por trás dos personagens queridinhos das crianças e dos comerciais, que mina a criatividade e o brincar espontâneo das mesmas, uma vez que cria a necessidade de ter/adquirir aquilo para que seu brincar aconteça e você seja feliz.

Desacelere!

Enfim, há muito mais o que observar e compreender sobre os impactos e as sensações dos eletrônicos em nossas vidas e na criação e desenvolvimento de nossos filhos. Seguir neste trabalho nos permite fazer escolhas mais conscientes, para nós e nossos filhos. A sensação que fica é a de que, cada vez mais, precisamos ficar atentos para escolher caminhos de forma consciente e não seguir cegamente o que a grande maioria das pessoas anda fazendo. Muitas vezes há a necessidade de movimentos contraculturais se o desejo de educar de verdade é legítimo. Assim, DESACELERAR, SILENCIAR, ESCUTAR e APROFUNDAR na compreensão se tornam grandes aliados de pais e mães que querem fazer a diferença na educação de seus filhos.

É sempre bom lembrar que as crianças estão chegando agora neste mundo e o ritmo delas é completamente diferente do ritmo de um adulto e do mundo que nos cerca. A criança se coloca numa postura de abertura e confiança e aceita o que seus cuidadores têm para lhe entregar – elas não têm como se protegerem. É preciso que este adulto que já está inserido no mundo, reflita sobre sua vida, desacelere seu ritmo, de vez em quando silencie sua mente, escute seu coração, ouça sua intuição e se aprofunde nas necessidades daquele SER que acabou de chegar, para não seguir repetindo, sem questionar, a forma como a maioria de nós tem se relacionado com o mundo, com seus recursos e principalmente com as crianças.

Continue o seu trabalho e siga observando e se aprofundando neste universo incrível que são nossos filhos. Veja se consegue entregar a eles o que realmente necessitam, com amor, paciência e muita tranquilidade. E se questione: será que eles precisam mesmo de tanto estímulo eletrônico e virtual ao seu redor? E qual a sua responsabilidade como pai e mãe em proteger seu filho e dar limite ao que chega até ele? Deixe seu comentário aqui abaixo para seguirmos juntos nesta reflexão!

Aqui em casa fazemos assim:

1) Deixamos as regras e limites claros e combinadas entre todos!

A vivência do limite já deve vir desde muito cedo para as crianças. O ventre materno é a primeira fronteira que elas se deparam e logo que nascem o corpo da mãe, as roupinhas, a quantidade de luz e som a que o bebê é exposto são exemplos de fronteiras que são percebidas pela criança. Dessa maneira, quanto mais consciente o cuidador está deste processo, mais tranquilo será a vivência do limite para as crianças. Elas se sentirão seguras e confiantes nos limites estabelecidos e isso favorecerá a cooperação delas com relação às regras e aos combinados no futuro.

Aqui em casa, deixamos as regras claras desde muito cedo, a rotina das crianças é prioridade e poucas vezes alterada pelas necessidades dos adultos. Hora de dormir, hora de comer, o que comer, onde brincar (dentro ou fora de casa) e com o que brincar, quais dias e quantas horas ver TV, quais programas são permitidos, jogar joguinhos eletrônicos, entre outras coisas, são decisões minhas e do meu marido somente. Essas regras funcionam como limites  firmes e seguros que guiam o desenvolvimento de nossos filhos de acordo com o que julgamos ser saudável para eles. É importante que pais e mães pesquisem sobre os temas acima, para tomar decisões conscientes sobre as necessidades das crianças e os limites que seguirão a partir daí. Cada família vai ter suas regras e combinados, mas estes devem ser baseados primeiramente nas necessidades das crianças e isso não difere muito de uma para outra. Por exemplo, está cientificamente provado que as crianças devem dormir cedo, entre 18h e 20h, e por muitas horas (12 horas aproximadamente) sem interrupção. Esta regra não deve variar muito de uma família para outra.

Uma outra dica é comunicar as regras da casa a todos que participam da vida e criação das crianças. Avós, tias e tios, cuidadores devem seguir as mesmas regras definidas pelos pais. Crianças precisam de rotina e de limites.

2) Os adultos viram crianças em algum momento do dia ou da semana e brincam com os filhos.

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Em nossa rotina há momentos que os adultos, deixam a racionalidade, a rigidez e a vergonha de lado e submergem no mundo encantado das crianças. E aqui cada um faz o que gosta. Eu, por exemplo, adoro pintar, desenhar, cantar, pular corda e dançar com meu filho mais velho e faço isso sempre que possível com o maior prazer. Meu marido por sua vez, adora lutar, rolar no chão, andar de bicicleta e skate e jogar futebol. Isso ele faz com prazer e alegria mútuos, dele e do João.

Você pode estar pensando, “mas eu não gosto de fazer nada disso, detesto brincar!”. Posso te afirmar que isso não é 100% verdade, dentro de você há uma criança escondidinha doida para sair, se liberar e se entregar a esta experiência tão fundamental de reviver sua infância junto com seus filhos, agora, como adulto e resignificando as experiências do passado! O que você precisa é tentar… se observar, se permitir e descobrir pequenos prazeres que podem ser vividos de forma leve, divertida e muito alegre junto com seus filhos!

3) Os adultos trabalham com as mãos, convidam as crianças para acompanha-los e inspiram um brincar mais concentrado para os pequenos. 

Quando trabalhamos com as mãos e com nosso corpo as crianças podem perceber o processo do trabalho, que tem início, meio e fim (isso fica claro para a criança). Esse Fazer, e não só o Pensar como estamos acostumados em nossa vida de adulto, é o que colocamos em ação quando cozinhamos, costuramos, dançamos, cuidamos do jardim, regamos as plantas, construímos algo, concertamos o carro, arrumamos armários, limpamos a casa. Isto inspira nossos filhos a se movimentarem também, eles começam a fazer algo junto com o adulto, sozinho ou com outras crianças. Assim, o brincar atinge um ritmo de criatividade e concentração muito bonito de se ver.

Percebo que João encontrou seu ritmo na brincadeira e está ali presente e entregue quando começa a cantarolar. Ele passa horas brincando de massinha, montando Lego, brincando com seus bonecos, fazendo cabacinhas e naves espaciais, sempre cantarolando, contando histórias e fazendo vozes diferentes para os personagens que cria em seu brincar! Esta é uma observação que você pode e deve fazer junto ao seu filho, para descobrir quando ele está efetivamente entregue ao brincar.

Esses 3 pontos que pratico em minha casa me ajudam a desenvolver uma relação mais saudável e harmônica com meus filhos. Quanto mais os pratico, maior é a conexão com às necessidades de meus filhos, mais claros ficam os limites e mais criativo e concentrado é o brincar das crianças.

E você o que faz em sua casa? Me conta ai embaixo vou adorar aprender  com você!!! 😉

gleichgewicht“Como apoiar seu filho a ter uma vivência positiva da infância?”

Essa foi a pergunta que guiou o segundo encontro do Zum Zum Zum de Mães! Passamos a tarde trilhando um caminho que nos levou a nossa infância, relembramos brincadeiras, viagens, momentos felizes, desafios, investigamos a relação com nossos pais, irmãos e familiares. Estávamos  em busca de possíveis respostas para esta questão, ora olhando para dentro, para nosso passado, para nossa própria infância e ora compartilhando, escutando e reverberando com o grupo nossa experiência com nossos filhos.

E colhemos frutos preciosos, que nasceram de cada mãe ali presente, de cada criança interior que habita estas mulheres. E nossos insights com certeza irão transformar nossa relação com nossos filhos e talvez apoie você também a criar um espaço positivo e saudável para o desenvolvimento do seu, que favoreça uma vivência positiva e muito especial da infância.

Sinta um pouco dos frutos que colhemos e compartilhe com quem mais você sentir vontade. Deixe também seu comentário e embarque neste Zum Zum Zum conosco!

Para apoiar uma vivência positiva da infância para nossos filhos é preciso basicamente duas coisas: 1) cuidarmos de nós mesmos, nossas emoções, pensamentos e ações e 2) do entorno que cerca nossa família. E é sobre estes  dois aspectos que vamos falar:

1) Um pouco sobre como podemos cuidar de nós mesmos…

Grande parte dos aprendizados dos pequenos acontece por imitação, eles reproduzem o que percebem e captam das pessoas que o cercam. Esse contato com o outro ser humano é extremamente importante desde o início da vida, uma vez que o nosso desenvolvimento se dá através das relações estabelecidas e do que é apreendido das mesmas: sentimentos, emoções e pequenos sinais não verbais (como tom de voz, expressões faciais e corporais, etc.).

As crianças estão abertas, confiantes e entregues a vida, elas “não tem filtros” e não sabem se proteger, vão se conectar com o que está ao seu redor. Somos nós, os adultos, os responsáveis por cuidar do que pensamos, sentimos e fazemos, principalmente na presença de nossos filhos. Enfim, estarmos atentos ao que está passando em nosso “mundo interno”.

Como já dizia Rudolf Steiner, criador da Pedagogia Waldorf, “Toda Educação é Auto Educação!” e partindo desta premissa, para apoiar verdadeiramente nossos filhos a se desenvolverem de forma saudável, precisamos nos atentar ao nosso processo de desenvolvimento pessoal. Compreender a oportunidade que um filho trás para nossa vida, uma vez que cada instante ao lado deles, cada desafio, cada demanda de nossos pequenos é um convite para olharmos para dentro e buscarmos qual é a nossa questão que as crianças estão conectando e trazendo a tona, como uma grande tora de madeira bruta a ser trabalhada. E a partir dai criarmos novas possibilidades para antigas questões, memórias e emoções que não foram devidamente expressadas, assimiladas e integradas ao longo de nossa vida.

Quando compreendemos a grandeza da relação mãe e filho(a) não há mais como fugir ou evitar um grande comprometimento com nosso trabalho de AUTO EDUCAÇÃO. Nasce um desejo ardente de nos tornarmos melhores e mais conscientes para inspirarmos verdadeiramente quem a gente ama!

E por falar em nos tornarmos melhores, identificamos também, em nosso Zum Zum Zum, que para tal é preciso aprender algumas técnicas e ferramentas que nos apoiem a viver uma vida mais PRESENTE ao lado de nossos filhos, uma vez que o mundo ao nosso redor nos convida a ir para fora constantemente. Mentalmente vivemos transitando entre passado e futuro e por vezes ainda vamos “cuidar da vida dos outros”. Expor nossos filhos a esta “confusão mental” faz com que eles se conectem a esta ausência (falta de conexão com o que está acontecendo aqui e agora) e comecem a reagir, tentando chamar nossa atenção e nos trazer de volta ao momento presente.

Meditação, terapia, yoga, caminhada, respiração consciente, dança, canto são ferramentas prazerosas  e úteis que podem nos propiciar o necessário encontro interno para estarmos inteiras com nossos filhos. Estar com eles inteiras, sem apego e culpa pelo que passou e/ou sem ansiedade pelo que estar por vir, pelo que está acontecendo lá fora, longe de nós.”

A infância é um momento muito especial e de grande impacto na vida do ser humano. É um privilégio poder acompanhar os passos e conquistas de nossos filhos e ser conscientemente este adulto que guia, inspira e acompanha cada etapa de perto. Esvaziar a mente (“deixar o celular, a vida do vizinho e o mundo externo de lado”) no momento que estamos com eles, para SER e CONTEMPLAR a beleza do que acontece no AQUI e AGORA, deveria ser uma prática (ou intenção), mesmo que por apenas 30 minutos diários. Estar DISPONÍVEL e inteiro quando estamos juntos de nossos pequenos, física, emocional e mentalmente e deixar que do silêncio brote a verdadeira criatividade para guiar esta relação, é um trabalho para toda a vida!

2) Agora compartilho com você algumas idéias sobre como cuidar do entorno que cerca as crianças…

Criar um AMBIENTE HARMONIOSO em seu lar e demais espaços que transita é essencial para um desenvolvimento saudável de seus filhos. E isso também é papel de pai e mãe, somos nós que devemos escolher, cuidar e preparar os ambientes nos quais a criança vai interagir. Somos como jardineiros que temos em nossas mãos uma pequena plantinha frágil, que depende de nós para regá-la, adubá-la, controlar a quantidade de luz que deve receber diariamente, etc. Se deixarmos a plantinha sem os cuidados necessários, exposta ao vento, ao excesso de luz ou chuva ela pode não resistir. E com nossos filhos é mais ou menos assim que acontece também. As crianças, como disse anteriormente, não sabem se proteger dos estímulos externos, elas trazem consigo uma confiança primordial na vida e nas pessoas e se conectam com tudo que as rodeiam sem distinguir o que é bom e o que é ruim.

Diferente do que acontece com o adulto que, por exemplo, quando não gosta de uma música pode sair do ambiente ou tapar os ouvidos, ou simplesmente pensar em outra coisa e deixar de ouvir aquele som. As crianças “não tem escolhas” elas vão se conectar com o que está ai e quanto mais novas mais sensíveis elas são.

Meu bebe (6 meses), por exemplo, chora copiosamente todas as vezes que escuta seu irmão chorando; ou quando vê o irmão brincando de luta com o pai fica super agitado e começa a gritar. Outro exemplo de sua sensibilidade foi quando o levei ao supermercado pela primeira vez (realmente não encontrei outra opção). Ele tinha apenas 5 meses, depois de 15 minutos de exposição naquele ambiente agitado (excesso de luz, cores, sons, pessoas, aromas, enfim uma bomba de estímulos para um bebê que tinha saído de casa poucas vezes) ele não parava de gritar  e se remexer no sling. Foi a primeira vez que o vi daquela forma. Enfim, estes pequenos exemplos foram somente para ilustrar o que disse acima sobre o quanto nossos pequenos são sensíveis ao entorno.

Agora pare e observe seu filho, se pergunte sobre as reais necessidades deste ser e veja a fragilidade desta vida que te foi confiada! Seu dever como pai e mãe é cuidar do ambiente no qual ele vai se relacionar. É claro que sei que muitas vezes não vamos conseguir controlar tudo e todos, e desafios também são importantes para o desenvolvimento, mas é preciso um esforço de nossa parte nesta direção, especialmente durante os primeiros anos de vida da criança.

E atenção, eu não estou dizendo para você ficar atrás do seu filho o tempo todo impedindo que ele brinque livremente, muito antes pelo contrário. Quando digo que somos responsáveis por cuidar do ambiente, quero dizer que precisamos prepará-lo, limpá-lo, observar a segurança do espaço, deixar brinquedos simples e apropriados para a idade da criança e depois permitir que ele brinque livremente (sob o olhar atento do adulto, mas sem a interferência constante no brincar), explore ao máximo seu corpo e os demais estímulos ali encontrado.

E falando em estímulos, quanto mais simples e natural melhor. Nada de muito estímulo para os pequenos, um simples passeio numa praça já é suficiente. Permita que seu filho tenha contato com a natureza, pise na terra, na areia, na grama, brinque com pedrinhas, sementes, pedaços de madeira, tecidos de algodão, etc. Quanto mais simples for o seu brinquedo maior a possibilidade da criança interagir, se envolver e criar com aquele objeto.

Agora mãos a obra, é preciso disposição e vontade para apoiarmos nossos filhos a vivenciar a infância de forma positiva! E você deseja enriquecer essa conversa? Compartilhe conosco como você apoia o seu filho a vivenciar a infância de forma positiva!

 

 

 

 

irmaosOuvi dizer que segundo filho é mais fácil, que eu ia tirar de letra! Afinal de contas sou mãe do João (meu primeiro filho) e trabalho com pais e mães há mais de 8 anos. Minha mente, um tanto quanto arrogante, acreditava que não teria nada de novo que eu saberia exatamente o que fazer quando o Lucas, meu segundo filho, chegasse.

Tive uma gravidez relativamente tranquila, me preparei durante os nove meses, fiz Yoga, meditação, caminhada, agachamento, li livros sobre o tema… O parto foi melhor do que eu jamais sonhei: Lucas nasceu em casa, dentro da banheira quentinha que seu pai e as enfermeiras (da equipe de PD do Sofia Feldman – maravilhosa por sinal) prepararam… Chegou e foi direto para meus braços, despertou em cada um, pai, mãe e irmão sentimentos inimagináveis, muito amor e gratidão!

E com o passar dos dias lá vem ela, a VIDA, mais uma vez me surpreender. Quando  Lucas fez 15 dias apresentou alguns sintomas que me fizeram correr com ele para o hospital e por lá ficamos 21 dias internados, antibióticos na veia, 2 punções lombares e muitos aprendizados para essa mãe controladora que queria fazer tudo da maneira mais natural o possível, que se orgulhava em dizer que o João, só havia tomado antibiótico uma vez na vida, que quase nunca ficava doente…

Um novo filho, o segundo, uma nova estrelinha que chegou para reordenar nossa constelação familiar. Um encontro cheio de luz e sombra, força e fragilidade. Um universo ora conhecido e ora desconhecido. E mais uma oportunidade de compreender que a Mente que compara, julga, classifica, nos separa do que É.

E você Lucas é um Ser único, simplesmente você, nem melhor, nem pior, nem mais fácil, nem mais difícil que seu irmão ou que qualquer outro Ser.

Lucas meu filho, você chegou para resgatar a força feminina que há dentro do meu Ser: a mulher, a mãe amorosa que aceita a impermanência e sabe fluir com o rio da Vida.

Obrigada! <3

 

DSC01803Neste dia especial a Bee Family vem reconhecer as Mães que realizam o trabalho mais maravilhoso e difícil do mundo… Você já se deu conta disso?

Ainda não?! Então assista este vídeo que encontrei e resume um pouco dessa vontade de reconhecer a todas as mães do mundo…
Não espere que o reconhecimento venha de fora, a expectativa mata a REALIDADE!
Quando ele vem de fora é maravilhoso SIM e deve ser visto como um EXTRA e não como essencial…
Ninguém tem o dever de te reconhecer…
Você mesmo pode fazer isso e criar este hábito fundamental para desenvolver uma relação de amor próprio,
auto estima e autoconfiança!!!
Basta se permitir, se reconhecer, se agradecer, cuidar de você mesmo(a) diariamente!!!
É o que desejo a cada mãe…
#Dica BEE FAMILY: Antes de dormir faça uma lista do que você se reconhece e complete todas as noite com algo novo!
Eu me RECONHEÇO por…
1) Estar viva e respirar de forma consciente algumas vezes no dia de hoje
2) Dar um abraço gostoso no meu filho hoje pela manhã
3) Ajudar minha mãe a preparar um almoço para a família…
E VOCÊ se reconhece porque??? COMPARTILHE AI ABAIXO CONOSCO e façamos juntas uma lista de mães que se reconhecem por fazerem o melhor que podem com a consciência que tem no momento…

mae-e-filho-arsen_kurbanov_1_akOutro dia tive um discussão com meu esposo na frente do João. Estávamos no carro e discutimos por algo relacionado a dinheiro, contas a pagar, etc – tema básico para discussões de casal…rs.

Percebi que o João ficou um pouco incomodado com a situação, tentou chamar minha atenção para algo diferente e pouco a pouco terminamos a discussão e ficamos todos em silêncio.

Quando chegamos em casa o João foi tomar banho e estava muito inquieto, não passava o Shampoo, não fazia o que eu pedia, estava respondendo com agressividade e eu comecei a ajudá-lo a se lavar. Eu ainda estava com raiva da discussão anterior e por pouco não gritei ou fui mais ríspida com o João.

No final do banho eu estava secando seu corpo e me veio um insight: “devo FALAR para o João sobre o que estou sentindo, assim posso liberá-lo desta angústia e ansiedade que ele está me mostrando.”

Falei pouco, de maneira simples para que ele pudesse compreender: “Meu filho a mamãe está preocupada com uma conta que EU e o papai temos que pagar, por isso discuti com ele. Agora, VOCÊ pode ficar tranquilo porque amanhã vou resolver isso. Me desculpa por falar Brava com o papai, eu vou me desculpar com ele e vou tentar não fazer isso mais.”

Parecia um passe de mágicas, o João se transformou, desde sua expressão facial a suas atitudes. Ele estava mais sereno, cooperativo e aberto para se relacionar comigo e com seu pai!

Cada vez que eu percebo que o João está agitado, angustiado, ansioso, triste, ou algo assim, busco dentro de mim uma correspondência e sempre que encontro, comunico com ele o que estou sentindo.

Isso é um SEGREDO, se responsabilizar pelo que está sentindo e comunicar com a criança, a libera de questões que fazem parte do mundo dos adultos e a trás de volta ao presente e a fantasia do universo infantil.

 

consumo infantilVocê já parou para se perguntar se seu filho pequeno quer mesmo sair para passear/fazer compras no shopping?
Outro dia estava me perguntando sobre isso… Um dos avôs do João (ele tem a sorte ou azar, rs, de ter dois avôs e duas avós, além de bisavô e bisavó) convidou ele para ir ao shopping passear…
Onde já se viu passear no shopping!!?? Observe o que você sente, pensa e como atua quando está no shopping…
Neste local eu me observo e vejo que fico bem distraída, tem algo ali que me instiga a consumir além do que necessito, me sinto aérea, fico olhando para os lados, para as vitrines,  novidades “novas”, muitas pessoas passando, caminhando de um lado para o outro, fico pouco confortável, sinto vontade de comer (mesmo sem ter fome) atraída pelos cheiros e cores das praças de alimentação. Enfim muita distração e confusão, para se passear, principalmente com meu filho. Isso, sem falar da culpa, estresse e frustração posterior, quando compro algo desnecessário, gasto mais do que podia etc…
Quando o João chegou do passeio com o avô, com um “Furby” e um tênis NIKE – nem vou entrar neste tópico para não me alongar demais – senti muita raiva de mim mesma, por haver delegado minha responsabilidade: a responsabilidade de cuidar do meu filho, de propiciar programas adequados a sua idade e e suas necessidades; de estar presente para este ser que está aberto e sedento de vontade de conhecer a si e ao mundo…
Toda criança é muito curiosa, ela quer conhecer o mundo onde ela vive, as pessoas e seres com que convive, como elas se relacionam, o que fazem, o pensam, o que sentem… É simples: a criança necessita conhecer, ela está sempre aberta a procura de respostas. Cabe a nós pais encaminhá-las e guiá-las da melhor maneira o possível. Ela vai para o mundo e aprende rápido, conosco ou sem… (daí a grande importância de estabelecermos, sempre, os caminhos e os limites para nossos filhos) Ela é como uma esponjinha, ou um órgão do sentidos gigante, captando as impressões do mundo ao redor…Criança Natural
Acredito que ninguém melhor que nós pais para sabermos o que é melhor para nossos filhos, mas muitas vezes temos medo de afirmar/bancar e fazer valer este nosso saber. Sinto que passear no shopping não é o melhor exemplo que posso dar pro João, mas as vezes permito que ele vá com outras pessoas, abrindo mão do meu dever de “regular” e minimizar esse tipo de programa ao máximo… (quero um tempinho sem o João para uma pequena pausa para recuperar as baterias – é duro ser mãe 24 horas por dia rsrs)  As vezes o próprio João me pede para ir ao shopping, ele aprendeu, não nasceu com este desejo, mas algo ali dentro dele foi despertado…
Meu trabalho agora é fortalecer o outro lado, aquele que acredito, o que sinto que é natural, saudável e necessário para meu filho… Partir para a ação e não ficar sofrendo com a dor da culpa. Levá-lo para passear na praça, no clube, no parque, no sítio do bisavô, descer de papelão na grama, andar de bicicleta, andar descalço, subir em árvore, catar sementes pelo chão, jogar comida para os patos… Fortalecer o que é natural, o que enche os olhos e o coração deste ser de verdade! E sumir com o Furby da minha casa…. rsrs
Faça um teste rápido, ai mesmo onde está: feche os olhos e pense em um momento bom da sua infância…ZZZ…
O que você lembrou?
COMPARTILHE COMIGO AI EM BAIXO DO TEXTO!
Geralmente, quando peço isso para as pessoas, elas se lembram do cheiro do bolo da avó enquanto brincavam de casinha/cabaninha, da árvore que subiam na roça, da praia que brincavam de fazer castelo na areia e não do programa de TV que assistiam, nem do centro comercial que frequentavam com a mãe… Geralmente, o que nos marca positivamente é o que toca nosso sentir com beleza, bondade, verdade e tudo o que há quando a criança brinca livremente em um espaço adequado, seguro e natural.
Sei e entendo que as vezes precisamos levar nosso filhos conosco em programas pouco adequados para eles. A vida nos impõe esse tipo de coisa. No entanto, é importante que nós fiquemos atentos e observemos o que está acontecendo conosco nestes momentos e o impacto disso na vida dos nossos filhos. Junto com as crianças prefira sempre os ambientes NATURAIS e o BRINCAR LIVRE!
consumo infantilVocê já parou para se perguntar se seu filho pequeno quer mesmo sair para passear/fazer compras no shopping?
Outro dia estava me perguntando sobre isso… Um dos avôs do João (ele tem a sorte ou azar, rs, de ter dois avôs e duas avós, além de bisavô e bisavó) convidou ele para ir ao shopping passear…
Onde já se viu passear no shopping!!?? Observe o que você sente, pensa e como atua quando está no shopping…
Neste local eu me observo e vejo que fico bem distraída, tem algo ali que me instiga a consumir além do que necessito, me sinto aérea, fico olhando para os lados, para as vitrines,  novidades “novas”, muitas pessoas passando, caminhando de um lado para o outro, fico pouco confortável, sinto vontade de comer (mesmo sem ter fome) atraída pelos cheiros e cores das praças de alimentação. Enfim muita distração e confusão, para se passear, principalmente com meu filho. Isso, sem falar da culpa, estresse e frustração posterior, quando compro algo desnecessário, gasto mais do que podia etc…
Quando o João chegou do passeio com o avô, com um “Furby” e um tênis NIKE – nem vou entrar neste tópico para não me alongar demais – senti muita raiva de mim mesma, por haver delegado minha responsabilidade: a responsabilidade de cuidar do meu filho, de propiciar programas adequados a sua idade e e suas necessidades; de estar presente para este ser que está aberto e sedento de vontade de conhecer a si e ao mundo…
Toda criança é muito curiosa, ela quer conhecer o mundo onde ela vive, as pessoas e seres com que convive, como elas se relacionam, o que fazem, o pensam, o que sentem… É simples: a criança necessita conhecer, ela está sempre aberta a procura de respostas. Cabe a nós pais encaminhá-las e guiá-las da melhor maneira o possível. Ela vai para o mundo e aprende rápido, conosco ou sem… (daí a grande importância de estabelecermos, sempre, os caminhos e os limites para nossos filhos) Ela é como uma esponjinha, ou um órgão do sentidos gigante, captando as impressões do mundo ao redor…Criança Natural
Acredito que ninguém melhor que nós pais para sabermos o que é melhor para nossos filhos, mas muitas vezes temos medo de afirmar/bancar e fazer valer este nosso saber. Sinto que passear no shopping não é o melhor exemplo que posso dar pro João, mas as vezes permito que ele vá com outras pessoas, abrindo mão do meu dever de “regular” e minimizar esse tipo de programa ao máximo… (quero um tempinho sem o João para uma pequena pausa para recuperar as baterias – é duro ser mãe 24 horas por dia rsrs)  As vezes o próprio João me pede para ir ao shopping, ele aprendeu, não nasceu com este desejo, mas algo ali dentro dele foi despertado…
Meu trabalho agora é fortalecer o outro lado, aquele que acredito, o que sinto que é natural, saudável e necessário para meu filho… Partir para a ação e não ficar sofrendo com a dor da culpa. Levá-lo para passear na praça, no clube, no parque, no sítio do bisavô, descer de papelão na grama, andar de bicicleta, andar descalço, subir em árvore, catar sementes pelo chão, jogar comida para os patos… Fortalecer o que é natural, o que enche os olhos e o coração deste ser de verdade! E sumir com o Furby da minha casa…. rsrs
Faça um teste rápido, ai mesmo onde está: feche os olhos e pense em um momento bom da sua infância…ZZZ…
O que você lembrou?
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Geralmente, quando peço isso para as pessoas, elas se lembram do cheiro do bolo da avó enquanto brincavam de casinha/cabaninha, da árvore que subiam na roça, da praia que brincavam de fazer castelo na areia e não do programa de TV que assistiam, nem do centro comercial que frequentavam com a mãe… Geralmente, o que nos marca positivamente é o que toca nosso sentir com beleza, bondade, verdade e tudo o que há quando a criança brinca livremente em um espaço adequado, seguro e natural.
Sei e entendo que as vezes precisamos levar nosso filhos conosco em programas pouco adequados para eles. A vida nos impõe esse tipo de coisa. No entanto, é importante que nós fiquemos atentos e observemos o que está acontecendo conosco nestes momentos e o impacto disso na vida dos nossos filhos. Junto com as crianças prefira sempre os ambientes NATURAIS e o BRINCAR LIVRE!

Neste fim de semana, sai com meu filho sábado de manhã para comprar o presente de uma amiguinha, que faria aniversário naquele mesmo dia. Já no carro ele me perguntou se eu também poderia comprar um presente para ele. Eu avisei que não, que hoje iríamos comprar o presente da ANA e nada mais.

Andamos um pouco pela Savassi, bairro comercial de BH, preferi passear ao ar livre, pelas ruas da cidade,  do que ir com ele para dentro de um shopping, pois acreditava que seria menos tentador para o João (meu filho). Logo que chegamos ele me pediu um iogurte. Já tínhamos tomado café da manhã a algum tempo e sabia que ele estava com fome, por isso disse que sim! Tomamos o iogurte e saímos para caminhar e procurar o presente da sua amiga.

Geralmente presenteio as crianças com brinquedos artesanais, de madeira, pano, lã e outros materiais naturais, ou compro uma roupinha básica e confortável que a criança possa usar em seu dia a dia para brincar e se divertir.

Mas não é este o ponto que quero compartilhar com vocês. O que me chamou atenção nesta manhã de sábado é que mesmo com os avisos e combinados anteriores, que deixaram “pelo menos para mim” bem claras as regras, o João insistiu por várias vezes para eu comprar algo para ele. Aos pouco com tanta insistência, fui ficando incomodada, minha paciência foi esgotando e no final falei bem firme com ele no meio da loja, na frente de diversas pessoas, que não iria dar nada para ele naquele dia! (Claro que me senti bem culpada, depois disso!)

Finalmente comprei um macacão para a ANA e fomos embora. Conversando com meu pai depois, percebi que a responsabilidade não era do João. O “papel” dele é lutar por sua vontade, ele vai insistir e persistir por seus desejos… Tenho ciência que ele é uma criança um tanto quanto mimada, “por seus avós” principalmente, pois é neto único das duas famílias. Não culpo os avós, nem o meu filho por isso.  O que faço é fortalecer meu exemplo como mãe e assumo minha responsabilidade como tal. Nesta situação aprendi, que preciso ficar mais atenta e me organizar melhor frente a estas tentações que “coloco meu filho”.

O mundo ao nosso redor está organizado para despertar nossos desejos e nos distrair do que realmente importa. Se nós adultos somos constantemente levados por nossos desejos e distraídos por cores, formas, luzes e ofertas, imagine só as crianças?! Sinto que como mãe meu papel é proteger meu filho destas “tentações” e caso realmente ele precise me acompanhar em um programa como o de sábado de manhã, desejo ter força para manter o “Não” sem sair do meu centro, pois afinal foi eu que escolhi levá-lo para fazer compras… E o pior para fazer compras para outra pessoa e não para ele…

Só me restam agora os aprendizados e a vontade de fazer melhor sempre. Compartilho aqui algumas dicas para enfrentar com mais leveza e naturalidade esse tipo de situação:

1) EVITE tentações – se não for a única opção, não leve seus filhos para fazer compras com você, pelo menos enquanto tem entre 0 e 7 anos… o que ele precisa num sábado de manhã é brincar livremente numa praça, num clube, em sua casa, na casa da avó… e não sair para comprar coisas para outras pessoas!

2) Caso tenha que levá-lo com você para fazer compras, tenha claro o que vai comprar e quanto quer gastar.

3) Escolha o local onde fará suas compras: evite shoppings, dê preferencia as lojas nas Ruas pois são mais interessantes para as crianças e menos tentadoras. Nas ruas tem pássaros, árvores, ele poderá experimentar mais a vida como ela é…

4) Atenção ao horário: tente não sair muito da rotina da criança, alimente-a antes de sair de casa, para que não sinta fome durante o passeio. Além disso não vá num horário que o sol está muito quente!

5) Não tenha medo de dizer NÃO, é fundamental para a criança aprender de forma amorosa e firme a lidar com pequenas frustrações como comprar um presente para outra pessoa e não receber nada neste dia. Seu filho não vai morrer por isso, nem você vai ser a pior mãe do mundo, acredite, dizer não é FUNDAMENTAL. Ainda mais em tempos atuais, nos quais muitos pais e mães tentam compensar a falta de atenção e carinho com a criança por presentes e consumo desmedido.

 

 

 

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Hoje em dia vivemos “pressionados” por um sistema que valoriza e exacerba o ter e o saber em detrimento do ser… Muitas vezes nós pais nos deixamos envolver por isso e começamos a comparar nossos filhos com outras crianças, fazer cobranças e exigências que estão a quem de suas capacidades, de maneira inconsciente e cruel, em busca de um tão almejado SUCESSO… Esperamos que nossos filhos supram nosso desejos frustados, sejam o que não conseguimos ser e camuflamos nossas expectativas com a crença de que “queremos o melhor para as crianças”…

Será mesmo? Você já parou para pensar em quais os impactos que essa “pressão”  pode gerar  no desenvolvimento futuro destas crianças? Baixa auto estima, falta de confiança, ansiedade, estresse,  são apenas algumas das possibilidades.

E o que será então que meu filho precisa realmente? O que um filho PRECISA saber?

1) Que há um lugar no coração do seu pai e da sua mãe que é só dele…

Que apesar de todas as prioridades e afazeres você o ama incondicionalmente. Amar incondicionalmente é tirar o SE de nossa mente. Parar definitivamente com o “Eu te amo SE…”. Eu te amo se… você me respeita, me escuta, faz o que eu quero, atua de acordo com minha expectativas, toma banho na hora que eu digo, come tudo, faz sua lição, tira boas notas, não grita, não faz uma pirraça, etc…

E dar espaço para o EU TE AMO SEMPRE mesmo quando você não diz que não me ama, diz que sou feia, quando não faz o que eu peço e expressa o que sente, quando coloca para fora suas emoções (raiva, tristeza, medo, etc)… Mesmo assim eu te amo meu filho.

2) Que para todos medos e desafios que tenha existe um porto seguro que o acolherá, chamado pai e mãe.

Não julgue seu filho, em especial seus sentimentos e emoções, permita que ele expresse o que sente afinal todas as emoções são para ser expressadas. Esteja ali para apoiá-lo quando ele precisar de você.

3) Que o mundo é bom!

Para forjar a auto confiança e auto estima neste ser que acabou de chegar ao mundo, mostre a ele que o mundo é bom. Não abra esses olhinhos, que ainda estão muito frágeis, para uma realidade que ele não é capaz de compreender. De tempo ao tempo e espere com paciência o momento certo… Enquanto isso deixe que na primeira infância (0 a 7 anos) seu filho brinque, fantasie, sonhe, dançe, cante, corra, pinte um mundo essencialmente BOM e Colorido!!!

E você, acha que pode incluir algo mais nesta lista? O que mais você acha que é fundamental o seu filho saber?

Comente aqui abaixo e compartilhe com outras mães e pais! Vamos juntos fazer uma lista do que é realmente essencial para nossos filhos saberem…

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1) O desenvolvimento do seu filho não é uma corrida.

Há um Ritmo Natural que garante o equilíbrio de todo o planeta, podemos observa-lo em coisas simples como o nascer e o por do sol, as estações do ano, etc. E por mais que o homem tente controlar o mundo, há coisas que são Naturais e dificilmente mudarão. Ao meu ver, uma das principais missões paternas é observar este ritmo NATURAL, saber que ela é o pano de fundo que guia a rotina das crianças pequenas. O Ritmo Social hoje em dia é algo oposto e distante do Ritmo Natural, saber equilibrar o ritmo da vida atual dos pais com o ritmo natural infantil é uma arte e requer muita sabedoria e paciência. Respeitar o tempo de cada criança, saber ouvir atentamente suas necessidades, abrir mão de nossas ansiedades e desejos imediatistas em prol de nossos filhos, faz com que nossa jornada seja vivida com intensidade e presença, como uma longa e constante caminhada e não como uma corrida (competitiva) na qual a única coisa que importa é o resultado final.

2) Rituais familiares fortalecem os vínculos e inspiram uma vida saudável.

Não sei se você já reparou que o único momento que existe é o Agora, ai mesmo onde você está, neste instante em que respira, isso é tudo… (além disso existe apenas ilusões mentais, vozes em sua mente que te levam ao passado e futuro, momentos nos quais você não pode atuar). Perceber a intensidade deste momento, ao lado do seu filho, é mágico e especial. As crianças pequenas já sabem disso e sinto que para manter este “estado de presença” infantil, é importante criar Rituais durante a rotina familiar… Ascender uma vela antes de dormir e contar um conto, despertar seu filho com uma canção e um beijinho, lavar as mãos e agradecer pelo alimento antes de comer, coisas simples que fazem toda a diferença para uma infância saudável e repleta de veneração pela vida como ela é.

3) “Encorajar” as crianças e não fazer por elas.

Respeitar o ritmo de cada ser é uma prova de paciência e confiança. Dar um passo de cada vez, com constância e mostrar como deve ser feito é muito mais eficaz do que fazer pela criança. Mas as vezes a correria do dia a dia, nos faz atropelar o ritmo dos pequenos… Permitir que a criança faça por ela mesma, mantendo uma postura firme, confiante e amorosa é tudo que seu filho espera de você! Afinal você também não nasceu sabendo andar ou falar, seja simplesmente um guia, um modelo digno de ser imitado e esteja ali, paciente, ao lado de quem você ama, simples assim!

4) Um sintoma é uma maneira do seu corpo te indicar que precisa de mudar algo.

Nosso corpo tem sua própria sabedoria e constantemente nos sinaliza que algo precisa mudar, por meio dos sintomas. Acontece que vivemos num mundo no qual parte da indústria farmacêutica tenta nos convencer que há algo de errado em sentir estes sintomas. Isso nos amedronta e faz com que muitas vezes não acreditemos em nossa inteligência corporal. Mas as crianças podem nos apoiar a perceber que os sintomas não são o problema. Observe uma criança com febre. A temperatura é uma simples maneira do corpo lidar com o que está acontecendo, agora o que está causando a febre é o que sim deve ser observado e levado em consideração. Coloque atenção aos outros sintomas que acompanham a febre, ao ambiente no qual a criança está inserida (aspectos, físicos, emocionais e mentais), as situações recentes que ela está passando… E amplie um pouco o olhar, não foque somente em eliminar o sintoma e sim tente perceber o ponto original da situação. Dessa maneira você poderá apoiar muito mais a quem você ama!

5) Confie em você mesmo: você é um “expert” sobre seu filho!

Uma das coisas mais importantes que trabalho com pais no consultório é o resgate da auto confiança. Pais e mães de primeira viagem esperam saber tudo sobre bebes e sentem-se como se não soubessem nada. Mas meu filho me ensinou que “não saber nada” pode ser uma excelente oportunidade de aprender a escutar minha intuição. Quando minha mente está em paz, em silêncio, presente, escuto com meu coração e percebo as reais necessidades do meu filho. Diversos estudos comprovam o poder da intuição materna. E mesmo assim muitas vezes o excesso de informações externas que chegam por livros, internet, palpiteiros de plantão, interferem em nossa habilidade de escutar a nossos filhos. Simplesmente observe seu filho. Olhe em seus olhos, sinta o ritmo de sua respiração… E se coloque neste espaço de interação profunda com este ser… que percebe o mundo sem falar, sem rotular, sem a dualidade de bem e mal, certo e errado, sem inimigos… Sinta e observe, as respostas virão, basta escutar e confiar em você!

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1005841_613155445393612_1042760473_nOntem fui a uma palestra bem especial com a Professora do meu filho, Maria Nazaré Paganotti, organizada pelo grupo de mães Padecendo no Paraíso! Ela compartilhou coisas simples que fazem muito sentido nos dias de hoje e que quero compartilhar com vocês…

Sinto que grande parte dos ensinamentos giraram em torno do resgate do Respeito ao “Ritmo Natural”, esta grande respiração, que ora contrai e ora expande. O ritmo é este pano de fundo sob o qual escrevemos nossa vida. E quando falamos de crianças ele é o guia que devemos observar para estabelecer uma rotina saudável e adequada para as mesmas, na qual momentos de contração e expansão se intercalam harmonicamente. Perceber que há um ritmo natural no Planeta que se apresenta por meio das estações do ano, do ritmo do Dia e da Noite … e despertar em nós um olhar, ainda mais preciso, para quais são as reais necessidades de nosso filhos.

Segundo ela, os sete primeiros anos de vida são o momento de estruturar a “casa”, fazer a fundação, aquela parte que sustenta toda a construção, mas que não conseguimos ver depois de pronta. O que está em evidência ai é a formação do corpo físico da criança. Dessa maneira o adulto fica responsável por cuidar do ambiente e estímulos que chegam a este ser. É o guardião que zela pela “Segurança e Liberdade” dos pequenos, dois princípios fundamentais que nos acompanham durante toda a vida. Eu, mãe/pai/cuidador, preparo o ambiente seguro e acolhedor para que meu filho possa se movimentar com liberdade, se descobrir e se apropriar da sua casa…opa, do seu corpo!

A criança concebida e recebida simplesmente ama e confia nas pessoas ao seu redor, se coloca em uma postura aberta a receber “o que permitirmos que chegue até ela”. É como um pedaço de argila, o que imprimo ali deixa uma marca. E porque não mostrar que “o mundo é bom!”?  Este ser acabou de chegar e tudo que deseja é conhecer o mundo, as pessoas… Ele ainda não tem forças suficientes para se defender dos desafios da vida… Nós pais podemos esperar que este ser se fortaleça para depois mostrarmos a ele os aspectos mais desafiantes da nossa jornada!

Sei bem dos desafios de educar um SER e de cuidar do ambiente que o cerca, afinal também sou mãe e vivo neste mundo globalizado e cheio de interferências. Mas quanto mais tenho clareza do que quero para meu filho, mais me sinto fortalecida e confiante para guiá-lo. E é assim mesmo que me sinto, como uma Guia para o João. A Nazaré disse que nós pais somos os Mestres que conduzimos nossos discípulos (filhos)… Eu mestre? Meu filho discípulo? Claro que sim, pois a maneira primordial que as crianças se ligam ao mundo é por meio da Imitação, imitam o que percebem, escutam, veem, sentem… E é ai que está o segredo, por saber que este ser está me observando, eu desperto também meu olhar interno. Volto o foco para dentro, permito-me conhecer a mim mesma, empreendo um trabalho de autoeducação e assim inspiro meu filho pelo exemplo que SOU! 😉

 

 medo_infatil2_218110172212234Hoje vi uma cena que me chocou. Sai dali sem reação, com o coracao acelerado e um embrulho no estômago que culminou em lagrimas ao chegar no meu carro…
Estava saindo de um restaurante na savassi e avistei um menino de uns 8 anos, branquinho, gordinho e com as bochechas vermelhas do sol, sua carinha estava inchada, aparentemente tinha acabado de chorar… Atrás dele havia uma senhora de uns 60 anos aos berros no celular que dizia: “Eu to cansada da agressividade do seu filho, ele me bate, não me respeita e você sabe porque??? Por causa dessa família ‘Maravilhosa’ que ele  tem…” dizia ela nervosa e ironicamente!

Longe de mim julgar a senhora… Peguei a cena assim pela “metade”! Agora o que doeu foi perceber a incapacidade que nós seres humanos temos de lidar com nossas emoções e mais que isso o fato de termos ao nosso redor crianças nos observando e aprendendo…prontas para imitar!

A criança desperta em nós adultos o melhor e o pior que temos dentro! Despertar o que temos de melhor está bem, veja este exemplo: por vezes algumas pessoas que tem baixa auto estima quando se tornam pai ou mãe descobrem fortalezas, se tornam mais auto confiantes…. Agora o fato das crianças acessarem o pior que temos é o que me preocupa, pois se não estamos dispostos a olhar para isso e integrar esta parte com consciência, vamos ter grandes desafios… A sombra virá a tona com uma potência e quem pode pagar o preço é a criança que vai aprender assim e seguir este modelo de agressividade e descontrole! Emoções reprimidas há anos que quando saem são como flechas e ferem sem dó nem piedade, marcando toda uma vida!

Deseja aprender a lidar melhor com suas emoções e expressá-las de maneira consciente, sem “descarregar” nas pessoas que mais ama?

Participe das palestras Bee Family e descubra novas possibilidades de se relacionar com suas emoções e com sua família!

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