Já reparou que tem uma idéia comum que paira sobre a cabeça da maioria dos pais e mães, principalmente os que se tornaram pais a pouco tempo?

“Mãe tem que saber de tudo….”

Antigamente esse era um conceito muito mais enraizado, hoje o contexto está mudando e muitas mulheres já se permitem pedir ajuda e relevam o conceito de que elas têm que saber de tudo. Alguns pais já compartilham a responsabilidade de criar um filho, falam o que pensam e participam ativamente da vida da criança. Mas como tudo isso ainda é muito recente e embrionário percebo que algumas famílias ainda sofrem com essas ideologias.

Como mãe, sofri muito quando meu primeiro filho nasceu. E por desconhecimento da prática e de aspectos importantes do desenvolvimento de um bebê, também fiz muitas coisas que hoje me arrependo. E o pior foi que sofri calada por muito tempo, pois carregava comigo a idéia de que “quando se vira mãe, deve saber de tudo”.

Fato é que a maternidade me trouxe uma alegria imensa, mas ao mesmo tempo senti um medo tão grande, quase do mesmo tamanho da alegria que senti ao ver meu filho em minha frente.

Até hoje é motivo de risada entre eu e meu marido, quando lembramos a sensação que nos deu quando a enfermeira nos disse que estávamos de alta e que podíamos ir embora com o nosso filho recém-nascido.

Naquele momento a gente pensou: como assim? Ir embora? Não vou saber cuidar? O que tem que fazer daqui para frente? Que horas troca fralda? Como dá de mamar? Vocês são loucos de deixar a gente ir embora com esse bebê?

Me lembro que o meu sentimento dentro do hospital era de querer ir embora dali, queria minha casa, minhas coisas, minha vida de volta, mas no momento que recebi alta, o desespero bateu forte e a minha sensação era de incompetência, de medo, de completo desconhecimento do que tinha que ser feito.

O fato é que durante minha gravidez, escutei muitos palpites, conselhos e histórias sobre o que deu e não deu certo para outras pessoas. E lá fui eu para a maternidade com a bagagem cheia e tentando colocar em prática tudo que ouvi durante a gestação.

Só que a única coisa que não me dei conta, é que estava tentando antecipar e me prevenir do que estava por vir. E como muitas coisas nessa vida, o idealizado nem sempre está de acordo com a realidade. Nem sempre temos controle sobre o que vai acontecer.

Sabe aquela frase que diz que quando nasce um bebê, nasce também uma mãe? Pois para mim foi a mais pura verdade. Antes de ter o meu filho nos braços, tudo era expectativa e só depois entendi que com o treino, a vivência, é que a construção da relação se daria de maneira efetiva e real. E muito do que pensei antes, teria que testar e colocar em prática para me certificar que aquilo seria possível ou não na nossa construção.

Você não entra em campo antes de ter o bebê nos seus braços, é a convivência que irá fazer a construção dessa relação. Uma mãe pode ter dez filhos e ter uma experiência e um tipo de vinculo diferente com cada um deles. A relação se dá na convivência, no dia a dia, no meio do caminho.

Então se você se identificou com o que estou te contando, também está aí se cobrando em ser a mãe ideal, está tentando seguir os conselhos, os palpites e em atender as expectativas das pessoas ou do mundo a sua volta, repense, avalie e veja se realmente isso faz sentido para você.

Quero dividir com você um fato que aconteceu comigo e que exemplifica bem o quanto essa pressão social pode falar mais alto e abafar os nossos verdadeiros sentimento, a nossa voz do coração.

Saí da maternidade com todas aquelas sensações que já descrevi acima e fui achando que o bebê era aquilo que foi na maternidade, chorava só para mamar, trocava fralda duas ou três vezes, dormia a maior parte do tempo e era só colocar no berço que eu iria descansar um pouco.  Só que não…

Cheguei em casa, tiramos um monte de fotos, os avós em casa e eu doida para dormir. Ah sim, isso é outra coisa que ninguém te fala. Que na maternidade você não dorme, pois é um entra e sai de gente que só quem passa, sabe.

Enfim, coloquei o Pedro no berço, cobri e sai pronta para ir tomar um banho e dormir.

O que aconteceu?

UáááááááááááááááááááUUUÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁ

Pedro começou a chorar e não parou mais. Fiz tudo o que podia, dei o peito mil vezes, troquei fralda, dei banho, cobri, descobri, enfim… Havia chegado em casa meio dia, e isso já era umas 11 horas da noite e o bebê chorando. Nesta hora minha mãe saca um conselho do tipo: ele deve estar com dor, deve ser cólica! Com três dias de vida???

Ok. Já tinha tentado de tudo e nada dele dormir. Ué, porque não funcionava na minha casa????

Nesta hora, mesmo desconfiada da tal cólica, me deixei levar pela ideia e dei três gotas de TILENOL para o bebê e no cansaço deixei ele dormir aninhado nos meus braços. Dormimos juntos na cama, quentinhos e por um bom tempo.

Hoje quando analiso a situação, com base em tudo o que eu li e experienciei depois, sei que aquilo era normal. Meu filho só estava com tanto medo quanto eu, ele só queria se sentir seguro e ainda estava vivendo a crise da separação. Era só deixar ele por perto, que tudo ia passar. Então, hoje digo para todas as mães, o seu melhor conselho é ouvir você, é ouvir o seu coração.

Esqueça a mãe ideal, ela não existe. O que existe é a Mãe real, aquela que está inteira, com suas certezas, seus medos e que vive essa construção, errando e acertando no caminho. Essa somos todas nós!

Este texto foi escrito por: Deborah Garcia – Psicóloga, Arteterapeuta e Coach familiar.

Entre os intensos aprendizados da maternidade, gostaria de compartilhar um pouco a respeito da arte da aceitação e da paciência que respeita os ciclos. E uma ferramenta que me auxiliou muito para isso foi o brincar.

A espera como mães começa no momento em que dizemos sim. Mesmo que esse sim tenha acontecido de maneira não consciente. Algumas vezes, há a espera ansiosa pela concepção, a espera da gestação, parto, amamentação, introdução à alimentação, aos primeiros movimentos e assim a todos os grandes aprendizados que chegam com isso. E junto com a paciência da espera, vem a aceitação.

Aceitação de que essa vida que chegou tem seu próprio ritmo, tem suas preferências, tem o tempo certo para cada aprendizado. Não exigimos de um pequeno recém-nascido que já saia andando e falando. Temos a sabedoria interna dos ciclos para nos dizer que há um tempo certo para isso. Assim como para todas essas grandes etapas da parentalidade. E também outros ciclos da vida…

E em toda essa grande mudança que vem com o nascimento dos nossos filhos, com todas as confusões, cansaço, noites insones, algo dentro de nós nos tranquiliza e uma voz nos diz que tudo passa. “São só os primeiros meses”, “São os primeiros três anos”; “É o primeiro setênio”, mas sabemos que mesmo que dure uma década e meia, em algum momento sentaremos e teremos a sensação de missão cumprida. Ou pelo menos almejamos isso.

Mas e quando a mãe natureza nos presenteia com peculiaridades que mudam as noções do inconsciente coletivo a respeito da duração dos ciclos? A criança tão esperada é tão independente que resolve antes de nascer que ela determinará o tempo para tudo, que ela terá um ritmo próprio, que simplesmente não seguirá os protocolos estabelecidos e que ela será diferente. Alguns, para nomear porque vivemos num mundo onde tudo precisa ser titulado, as chamam de crianças “especiais”. Particularmente, não concordo plenamente porque tenho a concepção que todas as crianças têm a sua “especialidade” muito própria e nós, pais, temos sempre a aprender bastante com cada uma delas. Crianças são diferentes entre si, assim como o somos, também, mães e pais e cada ser humano na sua individualidade.

Recebemos aqui esse grande presente. Nossa filhota chegou com essa peculiaridade e tudo é no tempo dela. Desde concepção, parto, amamentação, primeiros passos e palavras, sempre contrariando expectativas e os ciclos convencionais.  Ela apresentou um atraso de desenvolvimento devido a uma alteração genética. Nós tivemos que aprender muito a respirar, acalmar, diminuir a pressa e caminhar cada vez mais devagar. E a grande ferramenta que encontramos para isso foi o brincar.

Brincar, em sua etimologia, de origem latina, vem de vincunlum, que quer dizer laço, algema, encantar. Daí vem a palavra brinco, de enfeitar, e então o verbo brincar.

Encantar… Experienciar… Vivenciar…

Como a sua origem, o brincar vincula, pressupõe certa “intimidade”, um “estar à vontade”. O brincar inclui, nos faz sentir pertencentes, nos faz sentir parte.

Voltando ao diagnóstico de nossa filha, assim que conseguimos entender do ponto de vista médico a causa do “atraso de desenvolvimento” da nossa filha, num primeiro momento entramos com intervenções necessárias para estímulo. Mas acabou nos deixando estressados, ansiosos e cansados. Toda ajuda terapêutica foi maravilhosa, mas me percebi entrando num lugar de que tenho de estimular para que ela supere esse atraso. Tem que estimular para ela se adequar, tem que estimular, estimular, estimular… E percebi que ela não tinha tempo para simplesmente brincar.

E aí me dei conta do quão fiz isso o tempo todo em minha vida. Sempre querendo aprender algo, fazer um novo, um novo curso, brinquedo, carro, trabalho, porque aí me sentiria incluída. Uma memória de dor por alguns fatos da minha experiência de criança que agora estava vindo à tona junto dessa situação com minha filha. Ela me mostrou o quanto eu sempre busquei me adequar nas expectativas de pessoas com quem convivia. E isso me fez crescer muito como ser humano, mas chegou um momento em que isso já bastava. Agora eu já sei caminhar por mim mesma. E tinha uma filhota para tentar ensinar um pouco disso também.

Então decidimos buscar um pouco mais de autonomia nos permitindo que ela nos mostrasse alguns caminhos mais fluidos para o seu desenvolvimento, permitindo conectar com coisas que ela gostava. Por exemplo, ela ama natureza, música e animais, então encontramos na expressão musical com pequenos instrumentos, no canto e na equoterapia incríveis aliados para facilitar esse processo. E também no brincar na natureza em jardins, parques ou em algum lugar de natureza. Ela fica horas simplesmente brincando com pedras, folhas, flores no nosso jardim do prédio ou quando vamos ao parque ou lugares como sítios. E principalmente esse estar na natureza, simplesmente atenta para o que acontece, que Clara me trouxe, me fez resgatar muito de mim mesma. Simplesmente respirar nesses momentos, aceitar a situação do jeito que é. Em alguns momentos, posso buscar o que posso fazer para lidar com isso, e também ajudá-la da melhor forma, mas em outros, posso simplesmente estar, respirar.

Sim! O sim que dissemos para a maternidade, é o sim para a VIDA. Sim, a vida simplesmente é. Sim, é possível brincar, é possível experienciar sem medo de errar. Aceitar a vida, estou aprendendo a apreciar o caminho por ele mesmo, sem a expectativa da chegada.

Sim, os ciclos são fundamentais, mas algumas vezes pode ser que eles durem um pouco mais ou menos e é lindo aprender que é possível brincar e se encantar com isso. Brincar no sentido de vincular, aceitar o momento presente e absorver o melhor dele. Cada momento nos traz um grande aprendizado. E brincar também é se permitir viver sem grandes expectativas e simplesmente se encantar com cada pequena etapa atingida. Sem a necessidade que muitas vezes me impus de será que está certo ou está errado.

A brincadeira nos traz de volta a um lugar que eu chamaria de ponto de partida, como naqueles jogos de infância. O ponto de partida é o ponto zero. Aquele lugar em que não esperamos nada, apenas estamos ali, presentes no corpo. Observando o ambiente e as sensações. Sem julgamentos. Sem rotular como certo ou errado. Apenas permitindo SER.

E é esse lugar da brincadeira, do ponto de partida, em que me coloco presente e disponível para o que é necessário naquele momento, que sinto que é meu lugar como mãe. Quando me libero de tudo o que acho que deveria fazer, ou de como deveria ser, esvazio a mente e simplesmente me coloco disponível no corpo e no presente. Esses são os momentos mais mágicos da minha experiência materna. São os momentos mais encantadores.

O brincar como experiência nos traz essa sabedoria de aceitar que está tudo certo, hoje, nesse exato momento. Se minha filha ainda não fala, mas deveria falar, se o equilíbrio não é tão perfeito, se o crescimento não está dentro da curva, a perspectiva do brincar me permite olhar para isso sem culpa, como um aprendizado, aceitar as limitações mas ao mesmo tempo atentar para o que pode ser diferente, para as ferramentas que posso acessar para auxiliá-la, como essa experiência pode ser conduzida de maneira diferente, com leveza, sem o peso do certo e do errado. Esse mesmo brincar libera a ansiedade porque outros já estão muito mais desenvolvidos na mesma idade do que ela, ajuda a aceitar o tempo, confiar na sabedoria da vida que nos trouxe essa experiência permitindo, ao mesmo tempo, buscar alternativas para novas experimentações. Sem cobranças.

E quando falo em tirar o peso do certo e errado, não é no sentido de abrir mão dos nossos valores, ideais e sonhos. Mas sim no sentido de trazer o brincar como uma espécie de óculos que nos ampliará perspectivas e aprofundará nosso aprendizado naquele assunto que estamos precisando.

A brincadeira precisa do vínculo para acontecer. É necessário um lugar de confiança, de cuidado, de aconchego. Brincar nos permite testar diferentes maneiras de se viver, de se relacionar, de se expressar. O brincar nos permite aprofundar, conhecer melhor, ir ao encontro das nossas raízes. É o espaço de experimentação que nos permite simplesmente mudar os planos quando chove o dia inteiro nas férias e nos vemos entre a opção de ficar chateados porque não podemos passear ou encontrar uma maneira divertida de ficar dentro do quarto do hotel. E nesses encontros inusitados proporcionados pelo brincar, em grande parte das vezes, acabam se tornando aqueles momentos memoráveis, que nos lembramos com muita alegria no coração. Com o brincar com elementos da natureza, folhas, areia, barro, água, retomamos e revivemos toda uma história de desenvolvimento que se encontra escrita no nosso DNA. Histórias que estão no inconsciente coletivo, nos mitos de todas as tradições, nos contos de fada…

No meu contexto com minha filha, resgatar meu brincar me permitiu ser criança novamente e me tornar inteira. Tinha muita dureza e seriedade pelas situações que fui passando pela vida e interiorizando que eu tinha de ser forte, enfrentar, lutar. E com certeza essa postura me trouxe muito crescimento e capacidade de superação. Mas minha filha me ensinou que também é possível ser forte com a leveza do brincar.

Assim, fui aprendendo a soltar, a aceitar as desafiadoras noites em claro, os cuidados, a falta de tempo comigo mesma e aceitando a leveza do momento presente, aprendendo a respirar fundo e simplesmente brincar, jogar bonecas para cima, brincar de bola.

E também a brincar comigo mesma, dançar, cantar, pular ou simplesmente parar, voltando a me conectar com meus sonhos, com meus valores, a ter mais leveza quando perco a paciência. E essa mesma leveza me ajuda a perder a paciência cada vez menos.

O brincar, que pela experimentação, deixa de trazer o peso do jeito certo que as coisas têm de ser, mas simplesmente fluir com as coisas do jeito que são. O brincar que permitiu que eu aprofundasse meu vinculo com minha filha, e também com outras pessoas. E essa não seria uma profunda busca do ser humano? Por criar vínculos? Ou simplesmente por brincar?

Este texto foi escrito por Danila C.C. Fleury, Mãe da Clara (4 anos), Farmacêutica, Servidora Pública, Investigadora Autônoma de Autoconhecimento e Brincar. Participante do Zum Zum de Mães.
Integrante do Gestar.se
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Instagram: @danilafleury

Depois do nascimento da minha filha, comecei a pensar e sentir sobre situações que aconteceram comigo na infância.

E houve dentro de mim um período de luto da vida que eu tinha antes, para a vida nova de Mãe em tempo integral que eu escolhi.

Em um certo momento, essas lembranças ficaram mais intensas e eu chorei algumas dores que não pude chorar quando era criança. Eu acessei e liberei alguns medos e uma agressividade que  até então eram desconhecidos.

Descobri que tudo aquilo fazia parte de mim e já estava ali há muito tempo. A Maternidade chegou e trouxe à tona o que estava encoberto.

Precisei fazer uma escolha difícil: encarar “aquela nova eu” com suas imperfeições ou fechar os olhos e fingir que nada estava acontecendo. Adivinha o que eu escolhi?

Escolhi o caminho “aparentemente mais difícil”.

Sabe, depois de alguns anos vivendo a superfície de mim mesma, percebi que não adianta esperar que as emoções e sentimentos desapareçam, pois a vida acaba encontrando um jeito para fazer você olhar novamente.

Ainda, a minha falta de aceitação e acolhimento comigo mesma, atrapalhava a conexão com minha filha. Então, percebi que eu não podia mais seguir aquele padrão, que eu não podia agir com minha filha da mesma forma que recebi, porque algumas coisas deixaram marcas e eu ressenti no pós-parto.

Algumas marcas me fizeram ter aquele comportamento de não aceitação das minhas imperfeições, falta de amor comigo mesma, dificuldade de me expressar, falar dos meus sentimentos e não me permitir chorar. Criei uma ideia errada sobre o que é ser forte.

Você que está lendo, pode ter se reconhecido… eu sei… tem muita gente aí parecida comigo….

Construindo a Mãe que eu quero ser

Então, decidi ensinar algumas coisas novas que trarão um avanço para minha família: ensinar que precisamos ter mais paciência com nós mesmos, mais aceitação; que chorar não é sinônimo de fraqueza; que falar sobre os sentimentos faz bem; que não precisamos nos cobrar tanto. Que o diálogo na família é importante e nos une; e que carinho, amor e afeto precisam ser expressados com palavras e também com atitudes.

Assim, para que eu pudesse dar um novo rumo na minha família, precisei reconhecer mais que meus pais fizeram o melhor que podiam. E que eu só estava podendo ver mais além porque recebi muito amor e bons valores. Eles receberam muito menos do que eu e deram o seu melhor para cuidar da nossa família.

Então, procurei mais informações para me auxiliar a enxergar por novos ângulos, já que eu não tinha aquilo que decidi ensinar. Encontrei algumas formas que me auxiliaram no processo de autoeducação, inclusive o Zum Zum de Mães da Clarissa.

Afinal, se eu quero ensinar algo para minha filha, eu preciso dar o exemplo primeiro, crianças aprendem muito com o exemplo dos pais. Aprendem com a coerência entre o que dizemos e fazemos no dia a dia.

Um grande obstáculo que eu tinha era lidar com minhas próprias emoções que ainda estavam no padrão automático e quando surgia um comportamento da minha filha que atingia um ponto de dor meu, me incomodava muito e eu tentava fugir da situação. Só que não fugia…eram só os meus pensamentos…

Quando minha filha chorava, despertava em mim um sentimento de agressividade e de querer que ela se calasse logo… era um padrão que eu reproduzia.

Como eu não tive espaço para chorar, tive que aprender a calar o meu choro. E quando ela chorava, despertava esse comportamento que aprendi.

Só que às vezes, essa minha busca por querer ser uma mãe melhor pesava. Eu estava me adaptando a uma nova realidade e fazia uma dieta muito rígida, porque minha filha tinha alergia a proteína do leite.

Eram muitas coisas para se adaptar de uma só vez. E comecei a perceber que eu podia organizar melhor minha vida para ter mais leveza, para não ficar tão sobrecarregada e aproveitar mais a minha filha. Percebi que eu precisava fazer esse processo de reeducação dos meus comportamentos, mas também desfrutar da vida com mais alegria, calma e tranquilidade.

Nessa mesma época também surgiu um desejo de auxiliar outras mães que assim como eu querem fazer o melhor por suas famílias! E foi aí que surgiu o meu projeto Mãe com Carinho.

Consegui organizar algumas coisas e resolvi buscar uma forma mais direta para auxiliar outras mães. Então, encontrei o método de Coaching Parental e me joguei de cabeça nele…

Com o estudo desse curso foi que consegui equilibrar mais minha vida e ter leveza e alegria na Maternidade.

Faça as pazes com a ‘Melhor’ Mãe que está em você.

Estudando e vivenciando essa transformação, percebi que muitos dos pesos na minha vida era eu mesma que colocava e, por isso me sentia muito sobrecarregada, sem paciência e estressada.

Aprendi a administrar melhor o meu tempo estabelecendo prioridades e guiando minha rotina por elas. Antes, parecia que tudo era prioridade, as tarefas da casa, os cuidados com minha filha, minhas atividades no trabalho. Como eu não estabelecia as prioridades e não tinha clareza do que era essencial para minha rotina, sentia um cansaço mental e físico, tentando fazer tudo e no final do dia, ainda pensando no que faltava fazer.

Além do cansaço, essa falta de prioridade causava muita ansiedade. Eu ficava pensando que sempre tinha mais para fazer e não conseguia viver um dia após o outro.

Quando finalmente consegui definir essas prioridades, minha mente foi se acalmando e ficou mais fácil pensar apenas nas tarefas do dia.

Ainda, precisei me libertar de algumas crenças limitantes que atrapalhavam a minha vida. Essas crenças faziam com que eu me sobrecarregasse sem necessidade e causavam insegurança na forma como eu estava conduzindo minha vida e a criação da minha filha.

Através do meu Autoconhecimento pude sentir mais segurança na minha própria forma de educar. Conhecendo os meus valores, minhas forças e habilidades. E assim, também fui capaz de me valorizar mais e ser menos crítica comigo mesma.

Os valores são formados na nossa infância e juventude, recebemos dos nossos pais ou cuidadores e do ambiente no qual convivemos em comunidade.

Quando conheci melhor os meus valores, ficou mais fácil orientar a criação e educação da minha filha por eles. Passei a ter clareza do que eu quero ensinar e também do que o meu marido quer ensinar e assim, encontramos um alinhamento melhor.

Depois de encontrar os valores dos pais, ambos entram em consenso sobre quais valores querem passar para os filhos. Esse conhecimento é realmente encantador, pois os pais ganham mais segurança e confiança na sua forma de educar. Passam a orientar os filhos através dos seus próprios valores, que são diferentes para cada família.

Aprendi a lidar melhor com a culpa, com o estresse e a insegurança. E também, a lidar melhor com as cobranças internas que eu fazia com frequência. E foi assim, através do meu autoconhecimento que pude fazer as pazes com a Melhor Mãe que eu posso ser. 

Minha filha também me auxiliou muito nesse processo e seguimos nos desenvolvendo. Ela conhecendo o mundo, descobrindo, absorvendo e eu me redescobrindo, me encontrando, me tornando uma pessoa melhor. Eu ensino, mas também aprendo muito com ela!

Observo minha filha e aprendo muito. Nossos filhos nos imitam direitinho, não é mesmo? Imitam o jeito de falar, o jeito de agir, as palavras… ah, e isso revela muito sobre nós mesmas! Me vejo ali refletida, como se fosse um espelho! Um espelho que mostra as minhas virtudes, mas também revela as minhas falhas. E aproveito essa oportunidade para me aperfeiçoar, com calma, porque temos tempo.

Ainda, entendi que por mais que eu me esforce para acertar na criação da minha filha, inevitavelmente vou errar e tudo bem! Será mais uma oportunidade de construir nossa relação e para ela perceber que seus pais são só pessoas querendo acertar. Uma oportunidade também de dar o exemplo, pedindo desculpas quando percebo minhas falhas. Sinto que esse exemplo também é bem valioso!

Quando os pais decidem dar mais um passo além do que receberam, todo aquele sistema familiar cresce. Com calma, cada família pode dar os passos possíveis dentro da sua realidade de vida.

Cada um de nós faz o melhor que pode com a consciência que tem até aquele momento. E precisamos lembrar disso, para não permitir que a culpa atrapalhe nossa vida, gerando angústia ou estresse. Seja mais paciente com você mesma, você merece!

Fazer as pazes com a Melhor Mãe que existe em você é aceitar-se imperfeita e acolher-se mesmo assim! É construir uma boa relação com seus filhos, mas também construir uma boa relação com você mesma! É lembrar que nutrir-se de amor, carinho, calma, paz e harmonia é essencial para o seu bem-estar e o da sua família. É dar lugar para a Mãe possível, que faz o melhor que pode com o que tem. É viver uma maternidade consciente com mais leveza e alegria!

Te desejo uma maternidade alegre e real!

Com Carinho,

Priscilla Soares

Coach de Mães

*** Sobre a Autora:

Priscilla Soares é Coach de Mães e autora do Blog http://www.maecomcarinho.com/. Auxilia a mãe a conciliar sua vida pessoal, familiar e profissional com mais Equilíbrio e a melhorar seu relacionamento familiar. Contato: [email protected]

A maioria de nós, quando estamos grávidas pela primeira vez, pouco nos preparamos para o puerpério. Na verdade, estamos tão empolgadas com a gravidez, temos tanta coisa pra pensar, planejar e organizar (pré natal, tipo de parto, enxoval, quartinho do bebê, nome…) que, quando paramos para pensar como será nossa vida após a chegada do bebê, só conseguimos imaginar que tudo será lindo, colorido e feliz!

Mesmo que tenhamos lido algo a respeito do “terrível pós parto”, ou que alguma recém mãe tenha tentado nos alertar sobre, poucas de nós demos ouvidos, ou apenas ouvimos aquilo que nos convinha. E ainda, quando alguma mãe partilha conosco sua experiência, quantas de nós pensamos: “Nossa, que exagero!” ou “Que mãe ingrata!”. De fato, é necessário viver o puerpério. Pelo menos comigo foi assim!

Expectativa e Realidade

Na minha primeira gravidez optei por ter um parto natural domiciliar. E para isso, me preparei, cuidei da alimentação, pratiquei yoga, participei de rodas de gestante, li muito sobre gravidez e parto e li um pouco sobre amamentação e cuidados com bebês. Para mim, (não sei se li em algum lugar ou se foi fruto da minha imaginação, acredito que tenha sido a segunda opção) bebês que nascem  em casa são mais “calmos, comportados e dormem bem”. Sonho de toda mãe…

É incrível, quando você está com um recém nascido no colo, a pergunta que mais te fazem é: “Ele é calminho? Dorme bem?”. Eu também já fiz estas perguntas.  Hoje, no meu segundo puerpério, entendo que a realidade por trás desta pergunta é uma mãe aflita querendo encontrar uma outra mãe com a qual possa partilhar a mesma dor, apenas para não se sentir sozinha. Mães com bebês que dormem a noite inteira não fazem este tipo de pergunta. E, como bem sabemos, são raros os bebês que dormem a noite inteira…

E Laís nasceu. Parto natural, em casa, rodeada de amor. Comparando –a com outros bebês, (ahhh, a maternidade  tem essa mania horrível  e destruidora  de comparação. Comparamos nossos bebês: choro, sono, cocô, xixi, peso, altura, desenvolvimento e aprendizagem. Nos comparamos e comparamos os pais. CUIDADO!), ela era calma. Não teve cólica nem refluxo. Mas só queria colo, ficava dia e noite no meu peito e não engordava como os médicos gostariam.  Quando dormia, eram 40 min, 1h, raramente 2h. O quartinho lindo e o berço, nunca foram usados, pois recorremos à cama compartilhada para que as noites ficassem menos pesadas.

A maternidade romântica que idealizei deu lugar à maternidade real. Assim, num piscar de olhos. E eu pude viver o puerpério. O desespero de noites mal dormidas e de não conseguir fazer nada que não fosse cuidar e amamentar meu bebê (Hoje eu entendo que fazia o mais importante de tudo, e que o “nada” que eu não conseguia fazer era realmente NADA). A dificuldade em lidar com amamentação e principalmente com os palpites alheios do tipo “Você não tem leite suficiente, por isso essa menina não dorme, é fome” ou “Seu leite é fraco, por isso ela está tão magrinha e não engorda”.  A falta de ajuda física, pois tanto meus pais, meus sogros e a maioria dos amigos moram longe.  As diferenças no modo de educar entre meu marido e eu. A falta de coragem de pedir ajuda e de assumir que não está sendo fácil.

Chamado à mudança

É fato que, uma gravidez consciente, o modo como este bebê foi gerado, esperado e também como chegou ao mundo, influenciam sim no seu comportamento/personalidade não só quando bebê, mas durante toda a vida. Todavia, o tipo de parto não tem nada haver com a grande convocação que o puerpério nos faz. Somos chamadas à mudança, à desconstrução!

É preciso olhar para dentro, para nossa sombra, nossas feridas de infância. É preciso muito amor, disponibilidade e entrega. É preciso coragem. É preciso ouvir seu coração. É preciso viver um dia de cada vez, ou melhor, um segundo de cada vez… respirar. É preciso parar de criar qualquer tipo de expectativa com relação ao bebê, aos outros e consigo mesma. É preciso aceitar a sua transformação.

Confesso que demorei um pouco para aceitar e entender este turbilhão de mudanças que o nascimento de um filho trás. Por muitas vezes me peguei pensando: “eu queria tanto ser mãe, me preparei durante a gravidez, minha filha nasceu em casa cercada de amor e carinho, por que tem sido tão difícil este momento? O que eu fiz de errado?” (Olha a culpa, parceira das mamães, aparecendo por aqui fazendo com que eu me sentisse culpada pelo peso do puerpério).

Hoje, passando pelo meu segundo pós parto, consigo perceber a minha responsabilidade pelo que vivi após o nascimento da Laís. Percebo também como o autoconhecimento e a ausência de expectativas fazem a diferença. Puerpério é puerpério sempre, mesmo que seja o primeiro, segundo, terceiro ou quarto filho.  Vai ter bebê chorando, bebê pendurado no peito, noites mal dormidas, cansaço… Mas pode ser mais leve. Comigo tem sido. Não em 100% do tempo, pois meu lado de querer dar conta de tudo muitas vezes ainda me sabota, mas na maior parte dele.

Só para dar um exemplo real, como já falei anteriormente, Laís vivia pendurada no peito e não engordava. Hoje, Gael mama em intervalos bem maiores do que ela mamava, engorda que é uma beleza e está sempre no alto da curva. Será que o leite ficou mais forte agora? O que quero mostrar com isso, além da relação do nosso estado emocional com a amamentação, é que é possível viver um pós parto mais leve.

Como trazer leveza para o pós parto

Primeiramente, quero deixar claro que o que vou mostrar para vocês aqui é o que funcionou comigo. Sabemos que cada mulher é única, cada bebê é único, cada pós parto é único, portanto, o que funcionou para mim pode não funcionar para você, mas espero ao menos que sirva de inspiração.

Vou dividir com vocês 5 pontos que me ajudaram a deixar meu puerpério mais leve:

1-Entender e aceitar as necessidades do recém-nascido.

Bebês precisam de colo, de cuidado, de proximidade, de peito, de mãe. Quando eu entendi isso, parei de ficar tentando deixar minha filha no carrinho ou no berço. A cama compartilhada para mim foi fundamental para trazer leveza no meu pós parto e melhorar minhas noites de sono.

2-Compreender a fusão emocional mãe e bebê.

O entendimento da fusão emocional entre mãe e bebê me abriu os olhos para enxergar que o “mau comportamento” do meu filho é reflexo da minha sombra e por isso preciso trazê-la para a luz. Sabemos que bebês que dormem a noite inteira são raros, mas também não podemos achar normal um bebê que não dorme, ou que acorda a cada 30min. Esse bebê pode estar refletindo algum problema atual que esta “tirando o sono” da mãe, por exemplo. Por isso a mãe precisa resolver esta questão, se acalmar, comunicar isso para o bebê.

3-Aceitar que no momento a prioridade é o bebê, e todo o resto é resto.

Para mim esta é uma das práticas mais difíceis, mas quando aceito de fato esta verdade, quanta leveza… A casa, a louça e a roupa suja podem esperar. No caso de mães de segunda viagem, há de se ter um cuidado maior, pois além do bebê, há o filho mais velho, que merece muita atenção, e exclusividade em alguns momentos. Neste ponto, é muito importante a ajuda de terceiros (pai, avós, tios, amigos…) tanto com o bebê ou com o outro filho, que em muitis casos ainda é um bebê também. Mas nem sempre podemos contar com esta ajuda, e neste caso, o que funciona muito comigo é o sling. Gael fica agarradinho em mim enquanto jogo bola ou brinco de pega pega com Laís. E nós três aproveitamos muito.

4-Praticar o autocuidado

É fundamental para nossa sanidade mental, e na maioria das vezes deixamos o autocuidado totalmente de lado por anos depois que nos tornamos mães. Precisamos ter um minuto para nós mesmas, fazer aquilo que gostamos, esvaziar nossa mente. Meditar, respirar, ler um livro, caminhar, dançar… E não necessariamente precisamos nos afastar do bebê para isso. Se você gosta de dançar, por exemplo, pode colocar uma música e dançar com seu bebê no colo ou no sling. Eu amo dançar, e aqui onde moro tem um grupo de danças de mães com bebês no sling. É uma delícia! Danço com Gael e Laís também leva suas bonecas para dançar com ela. Além da prática da atividade física, é um momento de partilha com outras mães, que é o próximo tema que vou falar, a rede de apoio.

5-Rede de apoio

Ajuda. Sim, precisamos de ajuda. E se possível, muita ajuda. E acreditem, para a maioria das mães, aceitar ou pedir ajuda é o ponto mais difícil. A grande parte das mulheres de hoje em dia se sentem orgulhosas por serem fortes, autossuficientes, por conseguirem dar conta de tudo sozinhas. Por isso, quando se tornam mães, não têm coragem de assumir para si mesmas que precisam de ajuda. Infelizmente, estas são as que mais sofrem no pós parto. E não falo só de apoio físico, mas também de apoio emocional. O quanto é enriquecedor compartilhar nossas angústias, medos, desafios, e também as conquistas, aprendizados. E para quem não tem rede de apoio ainda, não tem mais desculpas para continuar sem. A grande vantagem do mundo digital para nós, mamães, são as redes de apoio virtuais.  O Zum Zum de Mães é um exemplo. Para mim, fazer parte do Zum Zum é essencial para trazer leveza não só para o pós parto, mas para a maternidade, para a vida.

E para terminar, deixo algumas perguntas para te inspirar a trazer mais leveza para o seu pós parto:

– Quais expectativas você tinha do pós parto?

– Como foi/esta sendo seu puerpério? Quais os maiores desafios?

– O que você pode fazer de diferente para deixar seu pós parto mais leve?

– O que você já faz e gostaria de compartilhar?

 

Texto escrito por Amanda Balielo, Mãe da Laís e do Gael, Coach de Mães e participante da turma 4 do Zum Zum de Mães.

@amandabalielocoach 

Http://facebook.com/amandabalielocoach

 

A maternidade…

A maternidade me aconteceu de maneira inesperada, o dia que descobri que ia ser mãe a minha reação, confesso, não foi das melhores, ali no banheiro parada com as duas linhas rosas diante da minha cara incrédula, eu simplesmente entrei em pânico, chorei de medo, senti uma enorme insegurança e fui invadida por um mar de incertezas.

Eu não me sentia pronta para tanta responsabilidade, estava acostumada com minha liberdade, minha independência, visualizei de maneira catastrófica todas as mudanças pelas quais teria que passar em tão pouco tempo.

Pensamentos confusos vinham como uma enxurrada na minha cabeça: – Não tinha nada pronto! Não tinha médico! Nosso apartamento não tinha elevador! Eu tinha bebido, na verdade tinha tomado um porre, em um casamento dias antes, será que eu tinha estragado tudo? Era um caos interno de sentimentos misturados, senti até mesmo um pouco de raiva, cheguei a perguntar a Deus:  Porque comigo? Porque agora? Tínhamos combinado que isso aconteceria mais para frente!

Mas quando caiu a noite fui acometida subitamente por um amor imenso que transbordava, amor por aquela vida ainda tão frágil que crescia silenciosamente dentro de mim. E algo como uma brisa divina passou pelo meu coração e levou embora toda aquela confusão, essa brisa reconfortante ainda trouxe com ela um enorme senso de responsabilidade e gratidão, me senti especial e honrada por ter sido escolhida por Deus e pela minha filha para aquela tarefa tão sublime!

Naquela mesma noite, deitados no sofá, eu e meu marido decidimos que daríamos conta, que resolveríamos tudo e faríamos de tudo para receber essa criança com amor e respeito. Mas eu continuava com um frio na barriga e sabia que a partir daquele momento tudo seria diferente.

Daquele dia até hoje muitas coisas se passaram, o parto e suas dores, amamentação em toda sua plenitude, a neblina do puerpério, a desastrosa introdução alimentar, a sofrida (para mim) adaptação escolar, e muitos outros momentos desafiadores, que eu espero ter oportunidade e inspiração para um dia escrever sobre eles, mas nesse primeiro momento gostaria de uma maneira geral contar como cheguei até aqui no Bee Family e também compartilhar algumas reflexões sobre a maternidade.

Tudo começou com uma amiga, que tinha se tornado mãe há uns dois anos e pouco antes de mim, ela nos visitou algumas vezes durante minha licença maternidade, sempre muito cautelosa verificava o melhor horário e se era um bom dia para visitas, combinávamos de manhãzinha e ela levava pãozinho de queijo quentinho e sempre me oferecia conforto e apoio com sua escuta sem julgamentos. Em nossas deliciosas conversas matinais apareceram algumas palavras como conexão, rede de apoio materno, disciplina positiva, criação com apego e outras que ficaram guardadas e reverberando aqui dentro, lembro dela ter comentado especificamente dos trabalhos da Clarissa Yakiara e também do Thiago Queiroz (Paizinho, Virgula!). A partir daí de blog em blog de página em página, com um monte de teorias, pensamentos e ideias dispersas cheguei aqui no Bee Family…. Logo me inscrevi no Workshop gratuito e depois na turma 5 do Zum Zum de Mães. Posso dizer que foi um grande divisor de águas para mim.

O nascimento da mãe consciente…

Dizem que quando nasce uma criança nasce também uma mãe, isso é verdade, ainda me lembro daquele primeiro contato fora da barriga, olhos nos olhos pela primeira vez, parecia que tínhamos parado o tempo, eu estava exausta depois de tantas horas de trabalho de parto, quando ela chegou eu só tive lagrimas e meu colo para oferecer.

Ela ficou ali quietinha e confortável, ainda me olhando nos olhos, sendo alimentada e aquecida por aquela Vivian que acabara de despertar seus instintos mais primitivos de fêmea mamífera, sim é verdade eu nasci ali naquele dia junto com a minha filha. Talvez esse nosso começo visceral e poderoso tenha ajudado, mas acho que somente despertei para uma maternidade mais consciente e presente quando o universo conspirou para que houvesse um encontro da minha vontade com esse lugar, que me forneceu os conhecimentos e as referências que ainda me faltavam. Sou muito grata por ter encontrado a Bee Family e o Zum Zum, que para mim foram os pontos de partida de um novo caminho.

E para tornar esse caminho ainda mais especial, tive a sorte de enfim encontrar minha tribo, encontrei outras mulheres (no mundo virtual, no meu convívio e até mesmo na minha própria família) corajosamente dispostas e comprometidas a questionamentos profundos sobre quem são e sobre que tipo de relação querem construir com seus filhos.

Após o Zum Zum ficou muito claro para mim que não é possível uma maternidade consciente se não estivermos conectas e atentas a nós mesmas e as nossas necessidades. Se a criança que fomos um dia não estiver sendo ouvida, se elas estiverem sendo caladas novamente, vamos continuar andando em círculos e repetindo automaticamente o comportamento de outras gerações, que viveram em um tempo e em um mundo muito diferente daquele que podemos construir.

Sinto que estamos no alvorecer de uma nova Era, e as crianças que estão chegando estão predestinadas a nos redefinir como humanidade e precisam encontrar um terreno fértil para desabrocharem seus verdadeiros eus, sinto que essa energia vital e genuína que vem com elas precisa fluir mais livremente do que nunca. Percebo que elas nunca se adaptarão a comunicação e atitudes violentas e retrógradas, entendo o tamanho da responsabilidade que me cabe como mãe e como parte da sociedade em que vivo.

Por tudo isso eu continuo na busca, avanço lentamente por esse caminho de empatia e respeito pela minha filha e pela minha criança interior, alguns passos para frente, muitos outros para traz, sigo errando miseravelmente em alguns desafios e acertando gloriosamente em outros. Tenho buscado cada vez mais conhecimentos e ferramentas que me apoiem e auxiliem nesse processo de mudanças, não tenho pretensão alguma de me tornar uma mãe perfeita, mas tento me tornar uma mãe cada vez mais presente e consciente.

Um dia antes do dia das mães, acordei com uma enorme necessidade de introspecção, de ir para dentro e transcrever o que sentia em relação a aproximação daquela data especial. Então fiz uma breve reflexão sobre como vejo a maternidade e como ela vem me transformando e é com uma certa timidez que compartilho essa reflexão aqui com vocês.

Uma visão sobre a maternidade e suas transformações…

A maternidade me desnuda a alma, me arranca o véu de Isis, me desmascara, me joga na cara quem eu sou e quem eu não sou, me faz emergir do oceano de mim mesma. Porém vez por outra ainda traz à tona a fera descontrolada e indomável que reage apenas por extinto, e em seguida vira o outro lado dessa mesma moeda que é a face da beata martirizada nas renúncias diárias.

A maternidade me inunda de luz, tanta luz que ilumina até onde não deve, ilumina aquela sombra, aquele canto antes escuro, onde desde de menina eu vinha guardando o que doía, o que eu achava que não servia, o que eu não sabia lidar ou nomear e agora aos poucos esses guardados cheios de poeira vão sendo limpos, arrumados e reintegrados…

A maternidade me impulsiona a sair em urgente missão de resgate daquela criança que fui um dia, ela me permite revisitar minha infância, ser criança de novo, não de maneira a ofuscar o protagonismo da infância da minha filha, mas de forma a possibilitar a verdadeira empatia e conexão entre nós, tornando nosso vínculo indestrutível. Ela me faz olhar o mundo com olhos de primeira vez, me desperta uma vontade de fazer melhor, de ser a melhor de todas as minhas versões! As vezes ela dói e as vezes não…

Ela me faz reviver velhas histórias, me aproxima das minhas ancestrais, incríveis mulheres de fibra, algumas que eu sequer conheci, mas as reconheço em mim, as honro, honro o meu passado, porém a maternidade me permite pedir licença e seguir em frente reescrevendo minha história, rompendo com os velhos padrões, com os velhos ciclos, desbravando um novo caminho, tão necessário para o romper da nova Era que se anuncia…

A maternidade me permite sobretudo compreender minha mãe e a imensidão do amor que ela tem por mim, desvendando os segredos por traz daquelas lágrimas silenciosas e incompreendidas, validando seus medos que antes pareciam tolos, me permite aceitar e perdoar seus erros bem intencionados e reconhecer sua solidão mesmo em meio à multidão, me faz valorizar ainda mais seus sorrisos, suas noites, sua devoção e o seu coração.

 

Vivian Pessoa @viviancpessoa

Mãe da Ive de 2 anos e 3 meses e participante da turma 5 do Zum Zum de mães.

[email protected]

 

 

Brooommm, bibi. Eis que o carro da vida acelera e entra numa estrada viva, cheia de curvas vertiginosas, com uma neblina de forçar a visão. De repente, uma placa sinaliza: Cuidado, você se tornou mãe!

Seus objetivos passam a ser: dominar a direção do carro, cuidar de todos os passageiros da viagem, encontrar o melhor destino e, ainda, não se esquecer de curtir o caminho.

Essa é a vida de mãe tal como ela é, com direito a samba na cabeça, mas firmeza nos pés.

Trabalhar fora para umas não é escolha, o bolso fala mais alto, os sentimentos vão juntos e o calor aumenta no asfalto.

Para outras o dever é ficar em casa, mas isso não as deixa de lado, o trabalho jamais termina, é dureza andar descalço.

Todas são iguais se olharmos pelo mesmo ângulo:

– Quero ver meu filho feliz, quero ver meu filho andar com o próprio nariz.

São Marias, Celestinas, Clarissas, Albertinas, mas no final das contas, a mesma reclamação:

-Preciso de um tempo para mim, onde foi parar o meu coração?

O caminhar é leve, mas a mente anda pesada, o pensamento voa da agulha da caixa de costura até a carne da feijoada. Da escova de dente do marido até a roupa da meninada.

Um olhar no espelho se dá conta de que o carro da vida passa acelerado.

Quem sou eu, espelho, espelho meu? Será que perdi a minha identidade?

Preciso lembrar que eu existo, preciso ter de mim saudade.

Preciso lembrar que para oferecer abrigo, não preciso ser santidade.

Preciso ser e não ter, encontrar e não buscar.

Preciso viver para me doar e não me doar para viver.

Preciso que o carro pare, por favor, eu preciso descer.

Uma parada para o combustível, calibrar os pneus, jogar uma água nos vidros, conversar com os meus.

Amo vocês demais, mas descobri que não posso mais ficar para trás. Tantas placas hão de aparecer nesta estrada da vida e eu quero estar pronta para uma das mais doloridas, aquela que anunciará do meu ninho a sua partida.

Por isso, vou cuidar bem de mim, como quem cuida de um porto seguro. Vou limpar o jardim, regar as plantas, perfumar a casa, preparar a janta, deixar sempre uma janela aberta para a estrada.

E assim hei de fazer, meu filho, para que você queira sempre voltar e encontrar aqui alegria e não tristeza, sorriso e não realeza.

Por isso eu te prometo, que a partir de hoje, eu vou cuidar bem de mim, com todo amor e carinho que eu tenho por você.

TEXTO escrito por Lígia Freitas, Mãe do João, Escritora e Participante da Turma 4 do Zum Zum de Mães.

Para acompanhar o trabalho maravilhoso da Lígia siga ela no Instagram: @ligiafreitasescritora

Há oito anos atrás eu e meu marido nos separamos… Este foi um momento muito importante da minha história de vida, na qual eu me vi com 26 anos, sem a presença dele ao meu lado e com uma criança de 1 ano e meio em meus braços para cuidar.

Durante este processo me deparei com questões muito dolorosas e que para além da dor, pude descobrir um caminho de reencontro comigo mesma e com meu filho, que por muitas vezes esteve ali do meu lado, mas completamente abandonado.

Vou te contar um pouco desta história para que você entenda como fui me reconectando comigo mesma e com o meu pequeno João…

… lembro-me como se fosse hoje, daquela primeira semana (pós separação) que entrei em contato com um turbilhão de emoções, que nunca havia experimentado antes com tamanha intensidade. Ora sentia uma raiva profunda que vinha das minhas entranhas, ora sentia um medo desesperador de estar só, por vezes era tomada por uma tristeza e uma dor que chegava a me faltar ar…

Quando entro nestes processos emocionais intensos tenho a sensação que me faltam palavras para nomear e descrever a potência que nasce do sentir.

A PERGUNTA que mudou TUDO:

Algo bastante positivo, que estava acontecendo neste momento de minha separação e que me trouxe amparo e acolhimento, foi que eu estava participando de um processo terapêutico grupal. Logo que me separei tivemos um encontro e contei aos meus companheiros o que havia acontecido. A facilitadora do grupo, com toda sua sensibilidade e assertividade, me fez a seguinte pergunta:

“Clarissa querida, observe onde internamente seu aspecto masculino interno se rompeu com o feminino?”

 

 

Esta pergunta mudou tudo… foi um ponto de virada na minha maneira de perceber o que estava acontecendo! Ela reverberou forte em meu Ser e ainda segue reverberando, um tipo de pergunta existencial, como um grande Koan que em diversos momentos de minha vida vou recebendo pequenas pistas para desvenda-lo e aproximar este masculino e feminino que habitam meu mundo interno.  

A partir do encontro com “A Pergunta” comecei lentamente a me ver naquele processo, até então eu só enxergava meu ex e o responsabilizava pelo que estava vivendo. E a pergunta da minha terapeuta me permitiu olhar para mim mesma e perceber como eu estava co-criando aquela situação em minha vida. Ela me aproximou da minha responsabilidade naquele processo. Eu comecei a responder pelo que a vida estava me apresentando e fui me movimentado e desidentificando do papel de vítima, de mulher abandonada pelo marido que se apaixonou por outra, de mãe solteira que estava só para criar seu filho…

AUTORRESPONSABILIDADE

Neste processo de “dar-me conta”, percebi o quanto eu estava repetindo padrões familiares, estava insatisfeita comigo mesma, me sentia extremamente inquieta e incomodada quando estava sozinha, ou somente eu e o João, sentia uma carência profunda e sobretudo muita raiva da liberdade dos homens… Percebi também o quanto estava focada na vida dos outros, me comparava com outras mulheres e outros homens, responsabilizava meu ex marido, meu filho, meus pais, o governo, o sistema, pelo meu sofrimento, enfim vivia uma perturbação interna que me gerava muita angústia. Reconhecer cada um destes aspectos me fez perceber como de alguma maneira eu estava contribuindo para o cenário do relacionamento que eu estava vivendo com meu esposo, que culminou em nossa separação.

Outro ponto muito importante neste processo foi que me recordei de uma escolha que fiz, ”bem inconsciente” diga-se de passagem: eu escolhi ser mãe! E ali, debaixo do meu nariz, tinha uma criança respirando junto comigo e absorvendo toda esta confusão interna que transbordava do meu ser e invadia nossa casa. Durante este período de caos João estava “abandonado”, não havia espaço para inclui-lo em minha vida. Não conseguia me conectar e estar verdadeiramente disponível para meu filho, minha mente não estava ali com ele, tampouco meu coração.  E quando percebi isso fui me conectando com uma grande força de vontade de transformar minha confusão interna, eu olhava pro João tão pequeno, tão inocente e tão intenso e cada vez mais percebia que as respostas que eu buscava não estavam lá fora… Era hora de me manter ali junto do meu filho e de mim mesma! 

Por mais doloroso que seja este processo de autorresponsabilidade, ele é imprescindível e com o passar do tempo extremamente fortalecedor, pois somente quando assumo o que é meu, tenho como atuar e transformar a minha maneira de perceber e interagir com a realidade. E naquele momento mais decidida do que nunca, mergulhei em meu mundo interno e aos poucos, com muito apoio, terapia trás terapia, curso de crescimento pessoal, leituras, relações, encontros, experiências e muita vida borbulhando aqui dentro fui me redescobrindo e ajustando meu foco para o que era essencial naquele momento.

Quando Escutei a Voz do Meu Filho…

E quanto mais eu me conectava comigo mesma, mais eu conseguia me conectar com o meu filho e com suas necessidades mais legítimas. Cada vez que eu conseguia escutar e integrar o que pulsava em meu ser, meus ouvidos se limpavam e eu começa a escutar a voz do meu filho que talvez nunca tivesse sido escutada com tanta clareza anteriormente.

Todo ser humano nasce conectado com suas necessidades básicas. O bebê humano desde o momento do seu nascimento está intimamente conectado com suas necessidades legitimas. E quando alguma delas não está sendo atendida, ele vai nos mostrar. Como? Usando o recurso que recebeu para isso, o choro. Simples assim: o bebê confia em seus instintos, ele segue seu desenho natural, confia em si mesmo e em seu entorno, e quando algo não está bem ele chora, pede ajuda!

O que acontece é que muitas vezes, como no momento da minha separação, nós, pais e mães, não estamos emocionalmente disponíveis para escutar os pedidos de nossos filhos. Nossa desordem emocional é tão grande e consome tanto nossa energia que não conseguimos, ver, escutar e sentir nossos filhos. E muitas vezes, começamos a julgar, interpretar e negar os pedidos dos pequenos.

E negamos estes pedidos não porque somos pessoas ruins ou porque não amamos nossos filhos, simplesmente o que acontece é que a chegada deste novo ser em nossa vida e a relação extremamente íntima e profunda que vivenciamos com esta criança,  acessa aspectos sombrios do nosso mundo interno que nem sempre sabemos como lidar. E os ruídos que esta sombra traz podem ser tão intensos que nos impedem de escutarmos a voz e os pedidos sutis de nossos bebês!

No meu caso, perceber que eu não estava escutando os pedidos do meu filho me fez reassumir este compromisso comigo mesma, responsabilizar-me pelo que a vida estava me apresentando. Como se eu despertasse de um sonho, no qual acreditava que viriam me resgatar, no qual estava passivamente esperando que os outros fizessem por mim algo que eu mesma poderia fazer.

Ao olhar para meu filho ali abandonado, senti um chamado para recolher meus pedaços, pois sabia que somente assim eu poderia inspirá-lo e liberá-lo de toda esta confusão que criei para nossa vida. Deixei que o amor devocional que aquele pequeno ser tinha por mim me nutrisse e me fortalecesse para me recompor e renascer. 

Os elementos necessários para o DESPERTAR…

E pouco a pouco, como uma pequena semente que estava adormecida debaixo da terra, fui despertando, dia após dia, minhas raízes desciam e agarravam firmemente a terra e ao mesmo tempo sentia uma outra força que me impulsionava para além da terra rumo ao Sol. Nesta jornada percebo que o João foi meu Sol, pois eu permiti que sua luz me despertasse do sono profundo e me guiasse rumo a novas possibilidades.

Além do João recebi muita água boa e fresca que nutriram minha semente, por meio dos apoios terapêuticos que tive e que me ajudaram a limpar meu campo emocional e reorganiza-lo. E além da água, havia uma terra firme e muito acolhedora que me sustentou e me deu a estrutura necessária para criar raízes firmes e profundas. Essa terra era composta por uma rede de apoio que incluía minha família, minhas amigas, as mães e pais da pracinha que frequentava com o João todas as manhãs e tantas outras pessoas que me apoiaram nesta jornada!

E para você ter uma idéia da potência deste movimento, em pouco mais de 6 meses da data que me separei eu estava em Los Angeles, ministrando um curso de crescimento pessoal. Este e vários outros frutos só foram possíveis porque tudo aconteceu como tinha que ser. Hoje, oito anos depois, olho para trás me sinto tão agradecida ao Universo que com sua sabedoria magistral cuidou de cada detalhe.

E para terminar este texto, que além de compartilhar um pouco da minha história pessoal tem como intuito principal inspirar a outras mulheres, sobretudo as que estão vivendo momentos desafiadores, quero deixar esta frase que li outro dia num livro do Joan Garriga: “Para o bem ou para o mal, grandes perdas em um nível são grandes ganhos no plano do espírito, ou ao contrário, o que parece ser um grande ganho em um nível são grandes perdas em nossa alma”.

 

 

Neste episódio do Podcast tivemos uma conversa deliciosa com a querida Nanda Perim, do PsiMama, que tomou rumos profundos e foi muito além do tema do desfralde!

Se você é mãe e deseja maternar de maneira mais consciente, simplesmente escute este PODCAST!

Independente se seu filho é um bebê e você nem está pensando em desfralde, se seu filho já cresceu um pouco e já desfraldou ou se você está vivenciando este processo, te convidamos a entrar em nossa Tenda e escutar este bate-papo que tem como palavras-chave Confiança, Autonomia, Respeito, Ritmo Natural das Crianças e Protagonismo Infantil!

 

E claro, também falamos sobre Desfralde! A Nanda vai nos mostrar uma perspectiva de Desfralde Consciente, Autônomo e Natural, no qual a criança é a Protagonista do Processo! O que ela compartilhou fez muito sentido pra gente, te convido a escutar o episódio e depois me contar aqui embaixo o que achou 😉 …

 

 

Se sentir vontade também deixe sua pergunta ou sugestão de tema aqui 👇

Ou pelos nossos contatos:
[email protected] (instagram.com/clarissayakiara , facebook.com/escoladepaisbeefamily)
[email protected] (instagram.com/cantomaternar , facebook.com/cantomaternar)
[email protected] (instagram.com/psimamaa , facebook.com/psimamaa)

 

A convivência diária e a rotina muitas vezes nos fazem acostumar com a presença dos nossos filhos em nossa vida e vamos deixando adormecer algo que chamo de “interesse genuíno” por aquele pequeno Ser.

Quando isso acontece nosso olhar vai perdendo o brilho, nossas mãos vão ficam mais duras e frias, nossos ouvidos ficam mais seletivos e obstruidos, nossa voz vai perdendo a suavidade…

… e o encantamento que nos movia com tanto vigor em direção daquele bebê/criança, já não faz mais parte desta relação (ou não com tanta frequência e intensidade)!   

Nas últimas semanas estive acompanhando meu filho mais novo em seu processo de adaptação escolar e resgatei um recurso que tem me apoiado muito a REDESPERTAR este encantamento pelo mundo das crianças e a minha conexão com meus filhos… Confesso que isso tudo estava bem adormecido cá dentro de mim!

O que pude vivenciar neste mais de 1 mês e 1/2 que passei no Colégio Waldorf de Pucon (o tema da adaptação merece um texto/video exclusivo pois foi beeem intenso e rico em aprendizados também) me permitiu lubrificar meus olhos, esquentar meu coração e minhas mãos, abrir meus ouvidos, dar um novo tom para minha voz e alegrar profundamente a criança que vive dentro de mim…

O que Resgatei de tão mágico Ali?

A Conexão com a Linguagem das crianças (que vive dentro e fora de mim), com a fantasia, com a imaginação que me aproxima tanto do mundo que meus filhos vivem (em especial o Lucas que hoje tem 3 anos) !!!

E é sobre esta linguagem que vou falar neste vídeo hoje… Uma linguagem que nos (re)conecta com nossos filhos (com nossa criança interior), que nos apoia a guia-los e conduzi-los de uma maneira mais leve, íntima e respeitosa…

Depois que assistir ao vídeo deixe aqui embaixo seu comentário! Vou adorar te escutar…

Um beijo com carinho,

Clarissa Yakiara

Neste episódio do PODCAST vamos bater um papo super bacana com a Atriz, mãe de dois, educadora parental e terapeuta thetaHealing @carolinie_figueiredo  !

Vamos falar sobre AUTO CONTROLE – Como manter a conexão com a gente mesmo e com nossos pequenos diante de tantos desafios?

Eu, a Maíra e a Carol vamos te contar o que fazemos para tentar manter o controle em nosso dia a dia. Uma conversa leve e gostosa na qual vamos tocar em temas importantes tais como: validar nossas emoções, rede de apoio, auto observação, questionamento mental, autocuidado, soltar o controle…

Além disso a Carol vai compartilhar várias ferramentas práticas da DISCIPLINA POSITIVA!

Te convido a entrar em nossa Tenda e mergulhar junto com a gente neste processo corajoso de buscarmos formas mais conscientes de educarmos nossos filhos….

Depois que escutar o Podcast te convido a deixar seu comentário, pergunta ou sugestão aqui embaixo! Vou adorar te escutar! 😉

Até breve!

Com carinho,

Clarissa Yakiara

Depois que uma criança nasce, é natural que as mães abram mão de vários aspectos de sua vida pessoal para dedicar-se ao filho. E isso sim é fundamental, pois este pequeno ser que chegou ao mundo é extremamente demandante e dependente! Ele precisa de um adulto disponível para conectar-se, alimenta-lo, higieniza-lo, aquece-lo, cuida-lo, nutri-lo afetivamente, enfim um adulto que seja capaz de compensar milimetricamente suas necessidades.

E nem sempre este processo de cuidar do seu próprio filho é tão simples e fácil, pois o nascimento deste bebê abre espaços profundos e muitas vezes desconhecidos dentro desta mulher que o pariu. A partir de então muitos desafios podem surgir e esta complexa relação vai tomando rumos inimagináveis… muitas vezes ela toma caminhos contrários aos que sonhávamos e idealizávamos… nos pegamos fazendo coisas que jurávamos que não íamos fazer…

Enfim o nascimento de um bebê traz consigo infinitas possibilidades para aquela mulher. E algo que venho percebendo no meu trabalho, acompanhando centenas de mães nesta jornada, é que as mulheres que estão atentas a importância de cuidarem de si mesmas antes, durante e depois da chegada de um bebê, conseguem lidar melhor com os possíveis desafios que possam emergir nesta relação!

E você tem momentos de autocuidado em seu dia a dia?
Um tempo exclusivo dedicado para se cuidar, nutrir e por que não dizer para se amar?
Ou sente que a correria da vida, o trabalho, a maternidade têm te deixado sem tempo para si mesma?

O cuidado que estou me referindo aqui vai além do cuidado físico, tal como cuidar da alimentação, de aspectos de beleza e estética… isso também é importante, mas o que estou querendo chamar atenção aqui é sobre a importância do cuidado emocional, mental e espiritual! Como estão estas áreas da sua vida?

Talvez manter um estado mental e emocional tranquilo e equilibrado não seja tão desafiador como você imagina…

Hoje eu e a Maira Soares do @cantomaternar vamos falar sobre AutoCuidado… sobre o quanto pequenos gestos e movimentos conscientes direcionados para você mesma podem te nutrir, energizar e trazer leveza para seu dia a dia!

Escuta aqui o nosso Podcast e depois me conta o que achou… Vou adorar ler os seus comentários aqui abaixo!

Entra na Tenda com a gente e permita se sentir cuidada e nutrida por outras mulheres…

Tá dificil do seu filho te escutar e fazer o que você pede? Deseja que seu filho te respeite e coopere mais com você?

Então te convido a assistir este vídeo e compreender melhor sobre a necessidade de conexão das crianças.

O “simples fato” de oferecermos conexão para nossos filhos, este alimento vital para o bem estar dos pequenos, pode nos apoiar a criarmos um ambiente de cooperação e respeito em nossa relação com as crianças!

Se quiser entender mais sobre o que estou chamando de conexão e como você pode nutrir suas relações com este “néctar mágico” clique no vídeo abaixo:

E ai gostou do vídeo? Me conta aqui embaixo o que achou! E se tiver alguma pergunta ou sugestão de tema para os próximos vídeos me conta também, vou adorar te escutar! <3

Nos vemos em breve 😉

Com carinho,

Clarissa Yakiara

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