O que fazer diante de uma Briga entre Crianças?

O que fazer diante de uma Briga entre Crianças, sejam elas irmãos ou não?

Muitos adultos reagem de maneira equivocada a uma briga entre crianças, geralmente eles estão mais preocupados com o que os outros adultos estão pensando do que em apoiar as crianças. Dizem que não aconteceu nada, que não precisa de chorar, distraem a criança, ou ainda agem de maneira autoritária, punindo as crianças.

Falta espaço para que a criança sinta, expresse e elabore o que aconteceu com ela.

É necessário levar em consideração as necessidades das crianças, sem distrai-las e sem ser autoritário. Devemos tentar perceber o que estas crianças estão querendo expressar com a briga. É muito importante acolher as emoções dos pequenos, tanto da criança que apanhou quanto a que bateu e direcionar as crianças para que elas se expressem de uma maneira mais sabia futuramente.

Gostou do vídeo? Vou adorar saber o que achou dele! Deixe seu comentário e conte como você lida com as brigas entre crianças!

Te vejo por aqui no site da Bee Family! 😉

Com carinho,

Clarissa Yakiara

TRANSCRIÇÃO DO VÍDEO:

Olá aqui é Clarissa Yakiara e você está assistindo ao canal da Bee Family um lugar para pais e mães inspiradores.

Neste vídeo de hoje quero conversar com você sobre a briga entre crianças, sejam elas irmãos ou não.

E antes de te contar uma historia que aconteceu com meu filho Lucas na Pracinha e um amiguinho dele, quero te convidar a se inscrever aqui no canal e clicar neste sininho que tem ai ao lado do botão de inscrição para você receber um aviso sempre que eu gravar um video novo!

Agora sim vamos pra história… outro dia fui pra pracinha com o Lucas e lá encontramos com uma amiga minha que tem um filho de 2 anos também.

Eu e minha amiga começamos a conversar e as crianças estavam brincando tranquilas, até que apareceu um carrinho e ambos quiseram andar no mesmo momento. Claro que tinham vários outros brinquedos, mas os dois cismaram com aquele carrinho velhinho, meio quebrado, de um outro menininho que chegou na praça. E como o Lucas tinha pegado primeiro ele se sentou e quando ia começar a andar o filho da minha amiga bateu nele.

Ai é claro, o Lucas começou a chorar e veio para o meu colo. Eu simplesmente acolhi aquele choro. O Lucas ficou sentado no meu colo e eu Pacientemente escutando seu choro. Em alguns momentos eu também nomeava pra ele o que estava acontecendo para apoia-lo a assimilar a situação. Eu falava assim: “Sim filho o amiguinho te bateu. Esta doendo muito né?! A mamãe entende e está aqui com você! Seu amigo tambem queria sentar no carrinho e ficou bravo que você sentou primeiro, por isso te bateu”. E o Lucas falava “Ele é chato, eu vou bater nele tambem”… “Filho a mamãe entende que é muito chato quando alguém bate na gente, da vontade ate de bater nele também ne? Mas é tao ruim quando alguém bate na gente ne?” …. “se voce quiser bater nesta bola vc pode, mas no seu amigo nao”… ele tambem não vai te bater mais”.  Basicamente nossa conversa girou em torno disso. Ele repetiu por varias vezes que o amigo era chato, que queria bater nele e eu seguia escutando, validando seus sentimentos e apoiando o Lucas a colocar para fora o que estava sentindo.

Isso pode parecer algo simples, mas é de grande importância para estes pequenos seres que acabaram de chegar ao planeta e que confiam no que nós pais e mães estamos nomeando deste mundo para eles. Nossa comunicação deve ser verdadeira, sensível e simples. Devemos estar atentos para captarmos o que está acontecendo naquele momento com nossos filhos para traduzirmos para eles em poucas palavras. O que eu comunico deve ir de encontro ao que aquele pequeno ser está sentindo e aos valores que pratico e desejo inspirar para meus filhos.

Muitas vezes quando presencio crianças brigando fico impressionada com atitudes imaturas de alguns pais… que muitas vezes nascem da preocupação com o que os outros adultos estão pensando deles ao invés de se ocuparem em acolher as crianças. Pais que nomeiam de maneira completamente equivocada, ou seja distante da realidade, o que está acontecendo para as crianças: “Dizem que não aconteceu nada… que não precisam de chorar, distraem a criança que está chorando com alguma coisa…” Ao invés de permitirem que a criança sinta, expresse e elabore o que acabou de acontecer com ela, que sim foi algo invasivo, doloroso e que gera tristeza, raiva, medo e tantas outras emoções… Tem adultos ainda que atuam de maneira autoritária, punindo a criança que bateu, retirando o brinquedo das crianças, e dizendo que ninguém brinca mais, que eles não sabem compartilhar… claro que não sabem eles são pequenos, as crianças por volta de dois anos ainda percebem o mundo de maneira bem egocêntrica e isso É natural! E muitas vezes somos nós adultos com nossas ansiedades que forçamos uma socialização num momento que a criança ainda está tentando entender que ela e o mundo são duas coisas diferentes.

Ao meu ver nenhuma dessas maneiras de atuar frente a uma briga entre crianças, leva em consideração as necessidades dos pequenos. Quando as crianças se metem em pequenas encrencas elas estão tentando falar algo de si para estes adultos. E talvez bater no amiguinho tenha sido a melhor maneira que ela encontrou de expressar algo que estava sentindo.

Mas e ai o que fazer diante de uma briga entre crianças?

Primeiramente sinto que nós adultos devemos parar e tentar perceber o que estas crianças estão querendo dizer com aquela briga. Pode ser que aquele menininho que bateu no Lucas queria a atenção da sua mãe. Ou ele já estava cansado de ficar tanto tempo na pracinha. Ou ele simplesmente estava sinalizando o quão difícil está sendo esta fase dos dois anos pra ele.

Alem de observar qual a necessidade dos pequenos por trás da briga é  importantissimo acolher as emoções que vierem a tona ali, em primeiro lugar as emoções da criança que apanhou. No caso que estou te contando foi o Lucas, por isso coloquei ele no meu colo, e deixei que ele chorasse a vontade. E aos poucos fui nomeando o que estava acontecendo de maneira bem simples e honesta para ele.

Num segundo momento se for possível vá em direção da outra criança, a que bateu e permita que ela também expresse o que está sentindo. Afinal de contas o que ela esta sentindo deve ser sempre validado, o que devemos direcionar é a forma como esta criança está expressando isso.  Podemos começar dizendo que: “estamos percebendo que ele está sentindo algo, que não gostou que o Lucas foi no carrinho primeiro e que as vezes isso deixa a gente com raiva. Agora bater no amiguinho não é legal, machuca e o amigo fica triste, você viu como ele chorou ne?” Neste momento a criança que bateu já viu o amigo triste, chorando e viu pelo meu exemplo de acolhimento como se deve tratar o outro. Não precisamos reforçar muito isso! E ai eu dou a oportunidade dele expressar o que estava sentindo de uma maneira mais sabia, quero dizer que ele consiga expressar o que esta sentindo sem invadir o espaço de ninguem. Neste caso eu poderia dizer: “Quando você sentir vontade de bater pode bater seu pe bem forte no chão, uma coisa que funciona pra mim quando estou sentindo vontade de bater é gritar bem alto, ou jogar essa bola bem longe, vamos ver se você consegue?” Posso dizer ainda:  quando eu estou na minha casa eu dou um soco bem forte no travesseiro…. assim você não machuca seu amigo e coloca sua raiva pra fora….

E por hoje eu fico por aqui… antes de terminar quero te convidar mais uma vez a se inscrever em meu canal. Aqui também você vai encontrar vídeos completares a este que acabou de assistir. Você pode clicar neles nesta tela.

Um beijo com muito carinho e até breve!