Uma manhã libertadora…

Tudo para ser uma manhã de sábado qualquer… João acorda bem cedinho e convida eu e seu pai para tomarmos café da manhã juntos. Logo após o café da manhã o pai do João levanta da mesa e vai trocar de roupa para andar de bicicletas com os amigos. Algo dentro de mim começa a se movimentar, será a raiva, ciúme ou inveja? Percebo na minha mente o pensamento: “eu não posso fazer o mesmo que ele pois tenho que ficar com meu filho”! ? ! Ele sai de casa e fico com o João, ou melhor meu corpo está ali e minha mente quer fugir de todas as maneiras. Tento o computador, mas sem muitas novidades para uma  manhã de sábado, tento falar com uma amiga mas estava dormindo, molhar as plantas e me distrair pelo jardim, mas logo logo a sensação volta. As vezes João vem me solicitar algo, eu faço e consigo observar uma pontinha de raiva e de vontade de ficar livre logo…. Ficar livre dele, ou da incomodidade que me consome?!

Voltei novamente para o jardim e sentada na grama começei a refletir sobre o que estava acontecendo comigo e como num quebra-cabeça as coisas foram se encaixando (peças de minha infância, da minha relação com meus pais, dos exemplos que tive, das experiências infantis e recentes, de leituras, cursos de crescimento pessoal, terapia, etc). Me dei conta de uma raiva antiga que me acompanha por muitos anos: a raiva dos homens e a dificuldade de assumir e aceitar os papéis que compõem o universo feminino. Era como se carregasse durante anos algo que não é meu e que permeia o inconsciente coletivo das mulheres… 

Ouvi uma sábia curandeira dizer que há muitos e muitos anos atrás homens e mulheres eram tratados como iguais, apenas o que diferia era que um se manifestava pelo masculino e o outro pelo feminino… E num certo momento a mulher começou a se submeter a “lei dos homens” e um grande sofrimento tomou conta do planeta.

Esses anos de submissão estão acabando, ou melhor, já acabaram. Hoje vivemos a possibilidades de reconquistar essa igualdade e não precisamos mais carregar a dor de nossas ancestrais. Honrar, aceitar, respeitar o processo delas e escolher se libertar é um direito de toda mulher. Libertar de suas crenças profundas sobre masculino e feminino e permitir que esses aspectos vivam em comunhão internamente em nosso ser. E conscientemente abrir a possibilidade para que nossos filhos e filhas sejam mais autênticos e livres dessa “raiva” que não há mais porque existir! 

“Eu me amo, me aceito e me reconheço!!! Eu amo as mulheres, amo os homens e amo a possibilidade de união a partir das diferentes formas de manifestação do SER.”