Mãe, o Ser Mais Culpado do Mundo!

10052952Não existe ser mais culpado, que o Ser Mãe, não é verdade? A maioria das mães em alguns, ou vários, momentos  do seu dia a dia se sente culpada por não ser a Mãe que sonhou para seu filho. Porque será? Após vivenciar milhares de transformações internas e externas que acontecem ao longo da gestação e primeiros meses de vida do bebê, a Mãe, ainda em fase de adaptação, se vê cercada de “palpiteiros” de plantões e informações sem sentido, geralmente não sabe o que fazer e começa a duvidar de si mesma.

Nesse excesso de saberes, característico da pós modernidade, acabamos seguindo exigências externas e nos afastando da grande oportunidade que é Ser Mãe. Seguimos o impulso de nos tornarmos Super Mulheres, porque é isso que esperam de nós. Nos sentimos pressionadas a voltar a trabalhar o quanto antes, recuperar a forma, o apetite sexual e a disposição num passe de mágica… Ignoramos nossos sentimentos, nossa intuição, nossas fragilidades, enfim nossa relação com a mulher – mãe que está nascendo.  Jogamos para debaixo do tapete a solidão após o nascimento do bebê, “engolimos” dia após dia a raiva que sentimos da “tal liberdade” vivenciada pelos homens, fingimos estar em paz com o corpo após tanta transformação, e sempre levamos um leve sorriso no rosto pois é assim que esperam que nos comportemos, certo?

Errado, pois é ai que perdemos a grande chance de nos conhecermos de uma maneira tão bonita e profunda.  A criança dá a mãe a oportunidade de se ver refletida diante do espelho mais fiel que encontrará em toda a sua vida. Ali, refletida naquele pequeno corpo está a sua grande chance de Liberdade.

Como num gesto de amor, a criança que cresceu naquele ventre, que esteve tão intimamente ligada a mãe, que escutou seu coração durante 9 meses e que foi uma com esta mãe, lhe entrega um grande presente: Sua Sombra, as questões mais profundas e escuras que ao longo da vida escondemos dos padrões sociais e de nós mesmos. É o resgate de um baú de emoções e crenças que estavam escondidas (inconscientes): angústias, tristezas, medos, dúvidas e raivas, tudo vem a tona nos primeiros anos de vida do bebê.

O grande dilema agora é: Me aproprio disso? Sou capaz de mergulhar neste espaço que se abre diante de mim e empreender essa complexa jornada de auto conhecimento? Ou sigo novamente me esquivando de mim mesma, adaptando ao olhar do outro e olhando para fora?