Logo que ficou sabendo que estava grávida se pôs a ler todos os livros sobre desenvolvimento.
Assim que os primeiros sinais da mudança do corpo começaram a aparecer ela estava atenta a todo aquele acontecimento.
Logo nos primeiros exames a mãezinha já queria saber se o seu filho estava pronto para se desenvolver.
A mãe já amava demais, já amava toda aquela situação e todas aquelas novidades.
Todo o enxoval foi pensado e tudo de melhor lhe foi comprado.
O Filho tão desejado, tão amado e tão esperado já havia anunciado a sua chegada.
Logo nos primeiros dias os cuidados eram exagerados.
Os medos e as dúvidas sempre eram amenizados com todo o amor que lhe era dado.
A mãe que amava demais não admitia erros e fazia questão de cuidar de seu filho em tempo integral. Ninguém seria capaz de fazer igual.
Nos primeiros meses tudo era muito limpo e devidamente vistoriado, pois o filho tão esperado não podia ser malcuidado.
Quando se chegou a hora de explorar, a mãe que amava demais não conseguia deixar ele caminhar. Tudo era perigoso.
Aos poucos, a criança tão curiosa se tornou a criança medrosa.
Ao invés de andar, correr e pular, a criança esperava que o olhar de aprovação da mãe lhe deixasse voar.
A mãe que amava demais entendia que precisava permitir ao filho explorar, mas o medo e o amor não lhe deixavam experimentar.
O tempo exigiu que o filho fosse para a escola se alfabetizar, mas o filho não sabia se comportar. O mundo sempre lhe foi mostrado como um lugar muito perigoso e ele não sabia se integrar.
Muitos diziam o quanto ele necessitava voar, mas a mãe que amava demais tinha medo do filho lhe abandonar.
Aos poucos o mundo lhe cobrou muitas atitudes e liberdade para o filho crescer, mas o filho não sabia como proceder.
A mãe, sem saber o que fazer, brigou com todos e aos poucos se fechou. Contra o mundo ela lutou e o desenvolvimento do filho ela atrapalhou.
A mãe nunca entendeu o que estava provocando, porque a única coisa que ela fez foi amar. Na sua mente ela fez tudo o que julgou certo, mas o seu medo lhe impediu de ver além do seu universo.
Quantas vezes somos inundados pelo nosso amor e inundamos os nossos filhos com esse amor também, mas o quanto esse amor pode ser prisioneiro quando não enxergamos além do amor.
Hoje a minha reflexão é sobre o quanto temos que colocar um limite entre o nosso mundo, as nossas expectativas. Entender que o nosso filho tem o seu caminho a ser trilhado e que tem o direito de escolher como ele será.
Muitas mães na ânsia de fazer sempre o melhor para o filho, podem cair no erro da superproteção ou não levar em consideração a opinião dos filhos.
Se você se pegou aí nessas armadilhas do amor, pare e volte um pouquinho atrás, olhe em volta e deixe que seu filho participe das decisões da vida também. Só assim você estará buscando educar um ser mais integro e fortalecendo o seu crescimento.
Bjs e até a próxima
Deborah Garcia
Mãe da Liz e do Pedro, Psicóloga e Coach Familiar.
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