"Shopping center": lavo minhas mãos e te entrego meu filho?!
consumo infantilVocê já parou para se perguntar se seu filho pequeno quer mesmo sair para passear/fazer compras no shopping?
Outro dia estava me perguntando sobre isso… Um dos avôs do João (ele tem a sorte ou azar, rs, de ter dois avôs e duas avós, além de bisavô e bisavó) convidou ele para ir ao shopping passear…
Onde já se viu passear no shopping!!?? Observe o que você sente, pensa e como atua quando está no shopping…
Neste local eu me observo e vejo que fico bem distraída, tem algo ali que me instiga a consumir além do que necessito, me sinto aérea, fico olhando para os lados, para as vitrines,  novidades “novas”, muitas pessoas passando, caminhando de um lado para o outro, fico pouco confortável, sinto vontade de comer (mesmo sem ter fome) atraída pelos cheiros e cores das praças de alimentação. Enfim muita distração e confusão, para se passear, principalmente com meu filho. Isso, sem falar da culpa, estresse e frustração posterior, quando compro algo desnecessário, gasto mais do que podia etc…
Quando o João chegou do passeio com o avô, com um “Furby” e um tênis NIKE – nem vou entrar neste tópico para não me alongar demais – senti muita raiva de mim mesma, por haver delegado minha responsabilidade: a responsabilidade de cuidar do meu filho, de propiciar programas adequados a sua idade e e suas necessidades; de estar presente para este ser que está aberto e sedento de vontade de conhecer a si e ao mundo…
Toda criança é muito curiosa, ela quer conhecer o mundo onde ela vive, as pessoas e seres com que convive, como elas se relacionam, o que fazem, o pensam, o que sentem… É simples: a criança necessita conhecer, ela está sempre aberta a procura de respostas. Cabe a nós pais encaminhá-las e guiá-las da melhor maneira o possível. Ela vai para o mundo e aprende rápido, conosco ou sem… (daí a grande importância de estabelecermos, sempre, os caminhos e os limites para nossos filhos) Ela é como uma esponjinha, ou um órgão do sentidos gigante, captando as impressões do mundo ao redor…Criança Natural
Acredito que ninguém melhor que nós pais para sabermos o que é melhor para nossos filhos, mas muitas vezes temos medo de afirmar/bancar e fazer valer este nosso saber. Sinto que passear no shopping não é o melhor exemplo que posso dar pro João, mas as vezes permito que ele vá com outras pessoas, abrindo mão do meu dever de “regular” e minimizar esse tipo de programa ao máximo… (quero um tempinho sem o João para uma pequena pausa para recuperar as baterias – é duro ser mãe 24 horas por dia rsrs)  As vezes o próprio João me pede para ir ao shopping, ele aprendeu, não nasceu com este desejo, mas algo ali dentro dele foi despertado…
Meu trabalho agora é fortalecer o outro lado, aquele que acredito, o que sinto que é natural, saudável e necessário para meu filho… Partir para a ação e não ficar sofrendo com a dor da culpa. Levá-lo para passear na praça, no clube, no parque, no sítio do bisavô, descer de papelão na grama, andar de bicicleta, andar descalço, subir em árvore, catar sementes pelo chão, jogar comida para os patos… Fortalecer o que é natural, o que enche os olhos e o coração deste ser de verdade! E sumir com o Furby da minha casa…. rsrs
Faça um teste rápido, ai mesmo onde está: feche os olhos e pense em um momento bom da sua infância…ZZZ…
O que você lembrou?
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Geralmente, quando peço isso para as pessoas, elas se lembram do cheiro do bolo da avó enquanto brincavam de casinha/cabaninha, da árvore que subiam na roça, da praia que brincavam de fazer castelo na areia e não do programa de TV que assistiam, nem do centro comercial que frequentavam com a mãe… Geralmente, o que nos marca positivamente é o que toca nosso sentir com beleza, bondade, verdade e tudo o que há quando a criança brinca livremente em um espaço adequado, seguro e natural.
Sei e entendo que as vezes precisamos levar nosso filhos conosco em programas pouco adequados para eles. A vida nos impõe esse tipo de coisa. No entanto, é importante que nós fiquemos atentos e observemos o que está acontecendo conosco nestes momentos e o impacto disso na vida dos nossos filhos. Junto com as crianças prefira sempre os ambientes NATURAIS e o BRINCAR LIVRE!