Será que é possível a economia ser fraterna?

Você pode achar estranho o assunto “economia” na nossa página. Mas buscamos que as bases da nossa comunidade sejam a cada dia mais transparentes e inclusivas. Por isso, partimos conversando desse âmbito da sociedade, o econômico, a partir do sentido de ajuda mútua, reciprocidade, interdependência, corresponsabilidade, considerando que todos somos Seres Sociais.

Como você vê a fraternidade e solidariedade na sua vida?

Dentro da nossa comunidade temos essa inquietação em pensar caminhos solidários tanto na nossa organização interna, quanto na relação com as pessoas que nos comunicamos aqui e em nossas ações terapêuticas. Não é à toa que no nosso nome já fica explicito nosso sentido de COMUNIDADE e pertencimento.

Isso parte do nosso princípio de união e integração com a natureza, valorizando todas formas de vida com sua diversidade, a partir de uma visão holística. Incluindo um olhar mais sistêmico e profundo do Ser Humano.

Você acha que é possível pensar na fraternidade em sua economia familiar?

Cada pessoa é única e tem necessidades diferentes a serem atendidas para o seu bem viver. Fraternidade econômica é sobre entender e praticar isso em conjunto com as necessidades coletivas, para que todos tenham IGUALDADE de oportunidades. Para isso, precisamos criar ações fundadas na cooperação e que levem a DIVERSIDADE humana em consideração.

Como somos Seres Sociais, para que TODOS possam viver dignamente na Terra, é necessário que nossa consciência individual se volte para o TODO. Ou seja, em vez de nos preocuparmos somente em atender as nossas próprias necessidades, precisamos começar a nos corresponsabilizar pelas necessidades do outro, como motivo para nossa ação, o que socialmente leva à FRATERNIDADE e ciclicamente leva à sustentabilidade da vida na Terra.

A CORRESPONSABILIDADE parte do caminho de autoeducação e autoconhecimento, que buscamos aqui nas nossas ações. Para que ajamos com consciência.

Nós seguiremos nas próximas semanas conversando no Blog e nas nossas redes sociais sobre essa temática, aprofundando mais em alguns princípios pela visão da Antroposofia, e sobre corresponsabilidade.

Deixamos aqui um trecho escrito por Roberto Dertoni para seguirmos nossa reflexão:

“Cada vez mais somos chamados em nossa responsabilidade individual com a vida e com o mundo. Que possamos nos aprofundar na concepção sistêmica da realidade, a partir de um olhar fenomenológico para a vida; que sigamos na busca de nosso autodesenvolvimento, para assumirmos nossa responsabilidade com força e autonomia; e que possamos nos juntar a outras pessoas buscadoras, colaborando para um propósito comum que promova a saúde do mundo e promova relações sustentáveis em todos os âmbitos da vida” (Roberto Dertoni, 2019)¹

 

Simone Ximenes

Texto: @simone.xmn, Mãe da Júlia, bióloga, educadora ambiental. Participante da turma 9 do Zum Zum de mães. Atualmente é colaboradora na Bee Family no Programa de Bolsistas e no projeto Maternidades Diversas.

1. Fonte: Roberto Dertoni. “Mudando”. 2019 –  https://www.coolaborar.com/post/mundando

 

 

 

Se você acompanha nossa Bee News já deve conhecer nosso projeto Maternidades Diversas, que tem o propósito de promover a diversidade e construir um maternar anticapacitista, antiracista, antilgbtfóbico, antitransfóbico, antimachista, antigordofóbico, e anti tudo que o diminua e o impeça de ser essa potência transformadora. Com esse gesto desejamos quebrar barreiras, dentro e fora de nós, principalmente aquelas que nem sabemos que existem.

Nesse caminho seguimos buscando amplificar vozes e mostrar realidades diversas, contadas pelas mulheres que são as protagonistas de suas histórias. Com isso, temos a honra e grande alegria de ter a participação da Zahy Guajajara, Mulher-Lua, mãe de Kwarahy (sol). Zahy é do povo Tentehar-Guajajara, nasceu na Aldeia Colônia, Reserva Indígena Cana Brava no Maranhão. Aos 9 anos passou a viver entre sua aldeia e a cidade de Barra do Corda, onde foi alfabetizada. Aos 19 anos saiu pela primeira vez de sua terra para morar no Rio de Janeiro. 

Na nossa conversa Zahy relata sua vivência como mãe, seus desafios, angústias, alegrias, aprendizados diários. Nos alerta, por sua experiência traumática, a desumanização na assistência e atendimento às mulheres durante o parto em um hospital.  Ressalta a importância da comunidade no cuidado coletivo dos filhos em uma aldeia indígena. E ainda nos traz a reflexão sobre o sentido da educação na sociedade.

Gestação, parto e amamentação. Como foi sua experiência? Algo a destacar?

Zahy relata que a gestação foi tranquila, ela se manteve ativa durante todo período. Porém, destaca que o desafio foi ter engordado muito, 30 quilos, com isso se sentia muito pesada para a estrutura do seu corpo. Houve a dificuldade de estar longe do marido, que estava morando em outro país durante a gestação e veio para o nascimento do filho. Atualmente Zahy se mudou do Brasil e vive com o marido e o filho em outro país. Sentiu falta também da assistência da família, que está no Maranhão, especialmente da sua mãe. Mas teve o apoio de amigos, especialmente durante o último mês de gestação, que foi longa, de 42 semanas.

O parto, que aconteceu em um hospital público no Rio de Janeiro, foi uma experiência traumática para Zahy, o trabalho de parto foi longo e doloroso. Ela sentiu muita falta de uma assistência humanizada e respeitosa, que garantisse a liberdade e protagonismo da mulher. “Pediram que eu fizesse silêncio, me acalmasse mesmo estando em um trabalho de parto longo e doloroso, para não atrapalhar os outros, estava numa situação vulnerável, sem o mínimo de privacidade. Situação muito traumatizante para qualquer mãe, especialmente para mim, de primeira viagem”

Em conjunto com a frustração de não ter podido realizar a sua vontade de ter voltado para aldeia, estar junto da sua mãe e sua irmã, para o parto com uma parteira da comunidade, como sua mãe que era pajé e parteira. Ela ressalta sobre a falta de respeito e humanidade vividos nessa experiência: “Nem por ser indígena, o que é mais grave ainda, por ser mulher”. 

Na amamentação também houveram desafios, pois ela tem mamas acessórias, que se localizam na região das axilas, e também produzem leite. Houve muita dor no início da amamentação, seus seios ”empedraram”, incluindo as mamas acessórias, além disso, os procedimentos no hospital para “desempedrar” foram muito dolorosos. A primeira semana foi no hospital, o seu filho teve perda de peso e icterícia. 

 

Quais suas principais angústias como mãe?

 

Por ter um filho autista tem medo que seu filho não seja independente o suficiente “Mesmo que a gente pense que estaremos aqui para ajudar durante o nosso período de vida, temos esse receio, esse medo, que aconteça alguma coisa e meu filho fique sozinho”. “Tenho medo da rejeição, da falta de empatia da sociedade. Já tive muitos momentos com meu filho que foram muito difíceis, apesar do grau dele de autismo ser mais leve a moderado”. 

Zahy relata conflitos em momentos de convívio social, como em parquinhos, de pais de outras crianças cobrando um comportamento como esperar em uma fila, que é algo que não é compreensível para ele. Em resposta a uma mãe de outra criança, Zahy traz uma reflexão: “Nem tudo gira em torno de uma má educação, meu filho não entende palavras, comandos, orientações, é muito difícil para nós e para o nosso filho. Você que é mãe de uma menina que compreende e fala deveria ser um pouco mais empática às limitações de outras crianças”. Essas situações trazem muitas angústias e medo em relação ao filho. “Infelizmente vivemos em uma sociedade que precisa se informar, se reeducar”. 

“Como pais a gente quer estar perto, quer ajudar, mas também quer que ele seja independente, porque a gente sabe que a sociedade obriga e precisa que sejamos fortes e independentes na vida, que a gente saiba se virar”

 

Quais suas maiores alegrias como mãe?

 

“Ao mesmo tempo que eu digo que há dificuldades por ser a mãe de uma criança autista. Mas ser mãe de uma criança autista me ensinou muito sobre a vida, me reeducou também como Ser Humano”. 

“E quando eu digo que minha vida mudou completamente depois de ter me tornado mãe. Na verdade, ter me tornado mãe me salvou também. Meu filho tem algumas peculiaridades nele, ele é tão “ingênuo”, e ao mesmo tempo tão incrível, ele é muito focado. Ao mesmo tempo que tem suas limitações, que dificultam a viver na sociedade que vivemos hoje. Por outro lado, me faz enxergar que eu preciso disso na minha vida, que eu preciso focar, eu preciso seguir em frente sem estar presa a querer olhar para trás, pois se eu não fizer isso, talvez eu não consiga sobreviver nessa vida”.

“Meu filho me ensina muitas coisas, o fato dele não falar me traz questionamentos sobre mim mesma. Eu tenho uma ligação muito forte com meu filho em relação a isso, eu fui uma criança muito tímida, lembro que na minha infância nos meus primeiros anos no colégio eu quase não tinha amigos, quase não falava com outras crianças . E já na adolescência eu me desenvolvi muito bem, fiz muitos amigos, saía, brincava, jogava futebol, vôlei. Então eu tenho essa esperança também que meu filho vai crescer e as coisas vão melhorar” 

‘E um filho ensina a gente a ser mãe, todo dia venho me ajudando para ser a melhor mãe possível para o meu filho. Mas na verdade é ele que me ensina a ser a melhor mãe para ele”. 

 

Sobre o papel da Comunidade no cuidado com os filhos. Há diferença para você por estar no espaço urbano? Em relação às mulheres indígenas que estão na Aldeia onde você nasceu? Considerando o apoio da comunidade na criação dos filhos.

 

Zahy relata que os seus irmãos que vivem na aldeia têm muitos filhos e o cuidado é coletivo. “Os filhos deles são criados por todos, todos tem uma função de estar ajudando a criar e educar os filhos uns dos outros. Ali as crianças são livres, então chega o filho do vizinho e vai para casa do outro e passa o dia lá, e a mãe não necessariamente precisa se preocupar. Ali é uma comunidade onde todos vivem juntos. Eu não vou dizer em harmonia, pois  é uma visão romantizada, de que viver em uma comunidade indígena é um paraíso, são pessoas, humanos com seus conflitos e harmonia como qualquer outro grupo . Mas eu vejo um grupo em que essa comunidade se ajuda entre eles, então também ajudam os filhos dos outros”.

“O termo educação não existe dentro de uma comunidade, os valores são diferentes do que é educação na cidade. Esses valores na cidade são muito cruéis. Porque se o teu filho não segue uma norma, por exemplo se ele não fala obrigado e não diz com licença,  é mal-educado e os pais não sabem educar seus filhos”. 

“A educação está relacionada aos valores de cada um, da nossa história de vida e etc… se alguém chegar numa aldeia pedindo licença ou falando obrigada, certamente vai sofrer bullying rsrsrs porque vão rir e achar graça, no máximo ao invés de um com licença se ouve “deixa eu passar” e ao invés de obrigado se ouve um “ tá bom”. Estou sendo obrigada a ensinar meu filho a ser “educado” com os valores de uma sociedade que se acha superior a qualquer outra pelo fato de que  ele possa também viver de maneira digna”.

 

Texto: Simone Ximenes – IG: @simone.xmn
Mãe da Júlia, bióloga, educadora ambiental. Participante da turma 9 do zum zum de mães. Atualmente é colaboradora na Bee Family no Programa de Bolsistas e no projeto Maternidades Diversas.

Fotografia: cedida pela própria Zahy Guajajara.

Compreendendo as necessidades das crianças

Compreender as nossas necessidades não é tarefa fácil, nos exige um exercício diário de conexão com nós mesmas e muita presença. Compreender as necessidades de nossos filhos não é diferente. Falo que não é uma tarefa fácil, por exigir de nós observação atenta, escuta autêntica, leveza e muita entrega. Aliás, foi a maternidade que me mostrou que leveza e entrega podem sim andar juntas. Mas isso é assunto para outro dia. Por outro lado, perceber as necessidades das crianças tem suas facilidades. Elas são seres autênticos, conectados essas necessidades, e expressam o seu “incômodo” quase que instantaneamente. Um bebê recém nascido, completamente dependente do outro, chora para nos dizer que está com sono, sede, ou que quer o aconchego do colo. À medida que crescem continuam nos dando sinais, sempre que precisam de algo. Fazem birras, gritam, batem, não dormem tranquilamente. Crescem ainda mais e os sinais continuam, como um silêncio, distúrbios alimentares, mais agressividade.

É certo que cada criança tem necessidades próprias de sua faixa etária e é importante conhecermos cada uma dessas fases, para nos nortear e compreendermos como funciona o amadurecimento do ser humano. Mas esse conhecimento teórico deve estar à serviço do nosso trabalho de conexão com a criança, e não o contrário.

Além disso, cada comportamento deve ser observado dentro do contexto em que a criança está inserida. Esse ano, por exemplo, foi marcado pelo isolamento social, pela suspensão das aulas presenciais e diversas famílias tiveram que lidar com perdas. A rotina das crianças foi completamente alterada e de forma abrupta. Os pais ficaram em casa e os passeios foram suspensos. Tudo isso refletiu e refletirá no comportamento delas, de uma forma ou de outra.

Me lembro da fala da Laura Gutman que chama os profissionais da Biografia Humana de detetives. Nosso trabalho é mais ou menos assim, observar as pistas. Não para chegar a uma solução, mas para ajudarmos nossos filhos a se conhecerem e a encontrarem respostas e saídas, respeitosas, para suas questões.

Não há receita ou, um “caminho certo”. Vamos acertar, mas também vamos errar. Só não podemos desistir e deixar de aprender com cada passo errado.

É preciso aceitar nossa humanidade e confiar. Eles nos escolheram como pais, mesmo sabendo de nossas imperfeições. O nosso trabalho é cultivar essa semente que nos foi entregue, zelando e cuidando para que sejam quem vieram ser, para que ocupem os espaços que a eles estão destinados, e que não se afastem de si mesmos.

Ressignificar limites

Mas então devemos simplesmente aceitar e observar o comportamento desafiador da criança? Não, de forma alguma. Somos pais e precisamos assumir esse papel de forma ativa na vida de nossos filhos.

Sob essa perspectiva devemos ressignificar o limite e encará-lo como um gesto de amor. O limite deve ser a delimitação de um espaço onde a criança possa atuar em segurança.

Nesse ponto devemos ter clareza de suas necessidades, a fim de supri-las, e também permitir que se expressem de maneira segura.

A criança que deseja brincar com um objeto perigoso, por exemplo. Nossa proibição quer dizer, “eu te amo, e estou aqui para te proteger, ainda que você não seja capaz de entender isso”. Ao passo que a criança que chora porque está com sono, precisa ser tranquilizada e de um ambiente prepado para que possa adormecer. Ou seja, não se trata de impedir que a criança chore, mas de acolher sua frustração. Nossa ação deve partir desse lugar de observação do comportamento como uma pista que nos é dada. Uma boa pergunta é: de onde vem a motivação para essa atitude?

Ao colocar um limite, devemos ter clareza que somos adultos e possuímos uma visão ampliada que a criança não é capaz de ter. Além disso os limites devem ser expressados com clareza e amorosidade, respeitando os sentimentos da criança.

Conexão como caminho

Criar um vinculo de conexão amorosa com nossos filhos é fundamental para compreendermos seus sinais, termos segurança dos limites necessários, e consequentemente afastarmos a culpa e a insegurança.

Nossas questões internas interferem em como nos relacionamos com os outros. Assim, para nos conectar e estar genuinamente disponível aos nossos filhos, é preciso que, primeiramente, sejamos capazes de fazer isso conosco.

Reservar um tempo a sós, e um tempo para estarmos disponíveis às crianças, observar nossas emoções e reações nas mais diversas situações, assim como observar isso nas crianças, nos ajuda nessa conexão conosco e com elas.

Conectar é ser capaz de aceitar sem julgamentos, é acolher com amorosidade e consciência.

O caminho não é fácil. É uma estrada onde nem todos os trechos estão em boas condições mas, o horizonte é lindo, e trazemos ao nosso lado, de mãos dadas, os companheiros certos para essa viagem, nossos filhos.

Vamos errar, e muito. Mas também vamos acertar e aprender, e nos dedicar. Como disse a Dra. Ana Paula Cury, “No fundo o que eles esperam de nós não é a perfeição, não é o resultado nota 10. Mas o compromisso genuíno de amor. É a gente dar o melhor de si mesmo a cada momento. E a despeito dos nossos erros, a gente já está perdoado, antes mesmo de cometê-los.”¹

 

Kika Bárbara

Texto: @kikabarbara, que também é Luiza, é maẽ da Mari e da Carol, casada com o Marcelo. Participou da turma 7 do Zum Zum, momento em que descobriu um novo olhar para a maternidade e um novo caminho para si mesma.

Fotografia: Iza Guimarães – @izaguimaraesfotografia
Mãe, Fotógrafa, participante da turma 3 do Zum Zum, que descobriu e acredita na fotografia como instrumento de autoconhecimento e conexão. www.retratoterapia.com.br

1.Dra. Ana Paula Cury, em entrevista ao podcast Tenda Materna.

zumzumzumE no dia 08 de maio de 2015 comecei um novo momento profissional em minha vida, o Zum Zum Zum de Mães. Sinto que agora estou vivendo um momento de mais escuta e observação, o que permite que minha conexão com as pessoas ao meu redor aumente (em especial com meus filhos).

O primeiro dia deste novo projeto foi revigorante, estava com saudades de escutar mulheres corajosas com histórias, crenças, costumes e valores diferentes e um propósito comum: se conhecerem, crescerem e evoluirem se vendo refletida na Relação com os filhos.

E as histórias são muitas, os desafios também, mas acima de tudo a vontade de fazer melhor e inspirar de forma consciente nossos pequenos grandes filhos!

E quem são essas mulheres? Veja se você se identifica com a história de alguma delas e no final me conte sua história e entre nesse Zum zum zum que já está dando o que falar!

No nosso encontro tinha mãe de todo jeito…

Mãe “parideira”

que inspirou outras mães com sua força de guerreira!

Largou o trabalho para cuidar de seu filho e de seu lar.

As vezes se sente cansada, sem tempo para respirar.

Sua cabeça não pára de pensar,

fica maquinando enquanto ela limpa a casa para lá e para cá.

Outra Mãe mais “fresquinha”

Recém deu a luz a uma menininha

com tantos palpites sua cabeça fica maluquinha.

Escuta conversas de cá e de lá,

sua voz fica baixinha com tanto palpite que o povo tem para dar!

E outras mais amadurecidas,

já com 2 filhos,

Meninos mais velhos e as meninas recém saídas da barriga.

Essas mães se alegram pois perceberam que a chegada da segunda filha ao invés  “derramar o caldo” da vida familiar,

trouxe organização, colocou cada um em seu lugar,

e fez a colaboração entre pai e mãe reinar!

Passou por lá também uma mãe amolecida,

com o coração de manteiga derretida!

A doçura da sua “Mel”, que chegou de mansinho

e em menos de 2 aninhos

descongelou o coração dessa mamãe

que era refém de uma “mente extremamente racional”

e hoje busca o amor incondicional.

Teve mãe que fez a gente se emocionar

com sua linda história que dá o que falar!

Aos 15 anos descobriu que não tinha útero,

um mero detalhe para essa mulher forte

e com um bocado de sorte!

Pediu e confiou

e sua mãe para ela a filha gerou!

E para terminar tinha Mãe precisando de limite e rotina em seu lar

e pediu ao grupo para este tema abordar.

E assim seguimos juntas e dispostas a compartilhar

sobre LIMITE, ROTINA, RELAÇÕES FAMILIARES e o que mais nossa criatividade mandar.

 

zumzumzumDesde que o Lucas, meu segundo filho, nasceu decidi dar um tempo com o trabalho. Era preciso sair de cena para entrar de cabeça nesta nova relação que se iniciava: encerrei o processo com meus clientes no consultório, parei de escrever artigos para o blog e não dei mais nenhuma conferência.

Durante a gestação tentei me preparar para este momento e aparentemente estava em paz com minha decisão. Os primeiros meses foram bem intensos e cheios de surpresas o que me deixou muito envolvida com as questões pessoais e familiares. Aos poucos a poeira foi baixando e comecei a buscar desesperadamente informações, ler livros sobre maternidade, participar de Congressos online, enfim tentava me manter por dentro do que havia de mais “atual” sobre a maternidade, com a desculpa de estar fazendo isso pelos meninos.

Quanto mais eu tentava “me informar” mais os meninos me demandavam, o Lucas acordava de hora em hora, estava cheio de gazes, com o intestino preso; o João tentava chamar minha atenção de todas as formas, estava super agitado e agressivo… Enfim, depois de vários sinais dos meus filhos de que algo não estava legal no meu caminho, comecei a me dar conta que não estava praticando o que há anos tentei ensinar para meus clientes: eu estava buscando do lado de fora – nos livros, congressos e grupos – um SABER que existe somente quando há silêncio em meu interior, quando há paz e presença suficiente para que a verdadeira criatividade possa florescer.

Como já sabia, mais uma vez precisei da ajuda dos meus espelhos mais fiéis João e agora também o Lucas para me deparar com minha SOMBRA, e perceber a angústia, a raiva e a tristeza que essa ruptura brusca com meu trabalho me trouxe. Eu acreditava que, assim como fiz com meu primeiro filho, eu iria ficar 2 anos sem trabalhar, completamente entregue a maternidade. #Sóquenão, a Clarissa mãe do João e do Lucas, não é mais a mesma e a vida dela então nem se fala.

Há 6 anos atrás eu era uma menina de 25 anos, recém formada, que largou tudo em BH para ir morar com companheiro e filho (de um mês de idade) em São Luiz, lá no Maranhão, aparentemente muito corajosa e decidida, mas internamente imatura, insegura e dependente do pai e do esposo. Nestes seis anos, um caminho intenso de auto educação foi trilhado e muita coisa desabrochou: a menina imatura e dependente, depois de se ver sozinha com um filho de 1 ano e meio (depois que se separou do marido) resolveu acordar e correr atrás de sua maturidade, poder pessoal e autonomia.

Ela encontrou muito mais que isso, ela encontrou sua Missão, sentiu com todo seu ser que veio aqui para este “planetinha lindo”, apoiar, aconselhar, comunicar, se relacionar, aprender, ensinar, criar, enfim estar em contato com pais e mães. É isso que enche de alegria e cor a minha vida, é o que dá significado aos meus dias… E agora eu não consigo mais parar, acredito que quando um Ser descobre sua missão aqui na Terra nasce uma urgência interna, uma vontade de servir aos demais e mostrar pro mundo todo o que veio fazer aqui!!!

E foi graças a esta pausa, a este mergulho interno, ora sombrio, ora luminoso, a estas relações com meus pequenos espelhos brilhantes que HOJE percebo o quanto  minha história de vida está me apontando para um caminho mais integral: a Mãe pode ser Profissional, a Mulher pode ser Esposa, a Artista pode ser Dona de casa e assim sigo em paz… Nem sempre tão em paz, mas sempre confiante que as turbulências do caminho servem para me colocar no rumo certo novamente!

E esta tentativa bem objetiva de te contar sobre este processo rico e maravilhoso que estou vivendo tem um propósito: QUERO COMPARTILHAR COM VOCÊ o meu mais novo projeto…

ZUM ZUM ZUM DE MÃES…  Quer saber o que é isso??? Escreva aqui em baixo que te conto mais… 😉

“Se nos identificamos com a mente, criamos uma tela opaca de conceitos, rótulos, imagens, palavras, julgamentos e definições que bloqueia todas as relações verdadeiras.” 

Eckhart Tolle

georgeswinstead-2_thumb O Ser Humano é o único ser que conquistou a postura ereta. Ele anda com seu coração aberto para o mundo, para os outros, para se relacionar e expressar… Você pode não recordar; entretanto sentir e expressar é a nossa Natureza, garante nosso equilíbrio mental, emocional e físico. E o que aconteceu que em algum momento nos distanciamos da nossa Natureza, da criança autêntica e expontânea? E o que te impede de chorar, gritar, buscar colo e dançar?

Estamos tão distantes de nós mesmos que resgatar o contato com o Sentir é fundamental para as nossas relações, em especial para minha relação comigo mesmo. Hoje nossa prioridade não deveria ser dinheiro, nem família ou filhos, nem trabalho; nossa prioridade deveria ser o Auto Conhecimento. Pois quando eu me conheço eu sei o que me motiva, qual o meu sonho amado, como organizar meu tempo, como ser produtivo no trabalho e utilizar minha máxima performance, sei o que me dá medo, como posso expressar o que sinto sem fazer mal a mim ou ao outro…. enfim, mantenho constantemente o foco no prioritário, no que estou fazendo aqui e agora.

O primeiro passo do trabalho que desenvolvo está baseado em observar quais são os pensamentos que me impedem de expressar o que estou sentindo, que me impedem de ser “quem eu sou”. Veja este exemplo: quando vou falar em público me vem uma “vozinha” (pensamento) que diz: “eles vão te julgar”, “você não é capaz”, “não é bom o suficiente”, “o outro é melhor que você”… e a partir disso eu começo a sentir medo, tristeza, ou alguma outra emoção que vai influenciar diretamente meu desempenho na situação. E ai é entender que eu tenho o comando da minha mente e posso escolher acreditar ou não nestes pensamentos. Trabalhar cada vez mais em silenciar estas vozes que me limitam e impedem que eu alcance minha máxima performance.

O segundo passo é observar o que eu sinto quando acredito nestes pensamentos. Qual o impacto de um simples pensamento em meu dia a dia? É ficar atento a minha capacidade de expressar o que sinto, afinal de contas todos os sentimentos estão ai para que possamos senti-los. E agora vem a questão: como expressar de maneira consciente o que sinto, ou seja, sem reprimir e nem invadir o espaço do outro? É como desentupir um canal que a muitos anos está sendo obstruído por uma inconsciência geral da humanidade e retornar a um estado natural de paz e felicidade sem motivos.

E para que isso? Hoje é sabido que pessoas que sabem lidar com seus medos, inseguranças e insatisfações em geral são mais felizes, tem mais êxito em suas relações, além de se diferenciarem positivamente em seu ambiente de trabalho e demais aspectos de sua vida.

Uma criança Sente… E quando Sente, Expressa… Se está Triste as lágrimas escorrem dos olhos, Se sente Raiva grita, Se tem Medo corre para o colinho da mãe, Se está Alegre, dança. É tão natural…

Você pode não recordar, mas Sentir e Expressar é a nossa Natureza, garante o equilíbrio mental e emocional… E o que te impede de chorar, gritar, buscar um colo e dançar? Em que momento você se distanciou da sua Natureza, da sua Criança Autêntica e Expontânea?

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