Como podemos ajudar as crianças a lidar com a morte de alguém especial?
Muitas vezes temos a tendência de encarar a morte de maneira superficial e evitamos contato com as emoções mais profundas que a morte de um bichinho de estimação ou um ente querido trazem a tona.
Principalmente com as crianças é preciso criar um espaço seguro para que elas possam elaborar bem o luto. É necessário dar espaço para que os pequenos expressem sua raiva, tristeza, medo e qualquer outra emoção que venha a tona neste momento.
É importante deixar claro que aquele Ser que se foi vai viver sempre em nosso mundo interno e que podemos mante-lo presente em nossas vidas honrando o que ele nos ensinou.
Gostou do vídeo? Vou adorar saber o que achou dele para juntos continuarmos refletindo sobre este tema tão delicado!
Te vejo por aqui no site da Bee Family! 😉
Com carinho,
TRANSCRIÇÃO DO VÍDEO:
Olá aqui é Clarissa Yakiara e você está assistindo ao canal da BeeFamily um lugar para pais e mães inspiradores.
Neste vídeo de hoje quero conversar com você sobre O Luto na Vida das Crianças, vamos refletir sobre como nós pais podemos apoiar e conduzir nossos filhos diante da morte de alguém especial.
E como é de costume antes de continuarmos com o vídeo quero te convidar a se inscrever em nosso canal e clicar neste sininho que está ao lado do botão de inscrição para que você receba notificações sempre que tiver video novo por aqui.
Beleza, agora pra começarmos nosso vídeo quero te contar uma historia que aconteceu com minha família: Perto da Páscoa nós ganhamos um gatinho, nunca tive gatos antes em minha vida e quando esse bichinho chegou em nossa casa foi incrível o que aconteceu. Ele era pequenininho, tinha menos de dois meses. Todo mundo se apaixonou por aquele filhotinho, as crianças brincavam e ficavam atrás dele dia todo. Eu e o Rafa depois que os meninos dormiam ficávamos brincando com ele em nossa cama até tarde. Enfim o Thor, esse era o nome do Gato, chegou em nossa família trazendo muita união, leveza e alegria.
E depois de 3 semanas que ele estava lá em casa, no auge da nossa paixão pelo Thor. Aconteceu algo bem impactante. Era uma sexta a tarde e o João tinha futebol naquele dia e saímos todos atrasados para levar o João. E esquecemos de certificar que o Thor ficou dentro de casa.
E quando voltamos do futebol nos deparamos com uma cena horrível o corpinho dele na garagem da nossa casa. Ele tinha morrido. Foi bem forte aquele momento pois estávamos todos ali e não tivemos tempo nem de processar a noticia antes de comunicar para as crianças. Eu não acreditava que aquilo estava acontecendo, sentei no chão abracei o gato e chorei compulsivamente. Meu marido conseguiu acolher as crianças e foi buscar uma pá para enterrarmos o Thor. Todos nos despedimos do gatinho e plantamos um alecrim ao lado do local onde o enterramos. Fizemos uma pequena cerimonia bem simples, na qual agradecemos a presença dele em nossa família, cantamos e tocamos tambor para despedir desse serzinho tão especial.
E foi por essa historia que resolvi gravar este vídeo para falarmos um pouco mais sobre isso. Quando estamos diante da morte de um ser querido e vamos ter que comunicar isso para as crianças, a minha primeira sugestão é que você revise a sua relação com a morte. Como você lida com isso? Como foram suas experiências anteriores de perda?
Eu por exemplo, venho trabalhando e me aprofundando nisso há algum tempo, em especial depois do nascimento do Lucas meu segundo filho. Percebi que Tinha uma tendência a vivenciar a morte de maneira superficial e substituindo uma perda por outra. Uma vez morreu um cachorrinho e menos de uma semana depois meu tio já tinha me dado outro de presente. Enfim sentia que sempre buscava algo para evitar o contato com minhas emoções mais profundas que tentavam vir a tona nestes momentos. Não conseguia aprofundar e elaborar bem o luto. E essa é a minha sugestão para você diante da perda de um ente querido, aproveite para permitir que as emoções venham a tona, não fuja, não substitua, não atue de maneira superficial, se preciso busque ajuda de um profissional ou fale sobre o que está sentindo com pessoas que estão disponíveis para te escutar e acolher.
E a medida que vai revisando, dê bastante espaço para SENTIR e EXPRESSAR tudo que vier a tona. Aqui em casa, depois da morte do Thor, ficamos atentos e entramos em contato com cada uma das emoções e sensações que surgiam. A raiva, a inconformidade do gatinho morrer tão novinho, a impotência de não poder fazer nada, não poder voltar no tempo, a tristeza, a dor da ausência dele em nossa casa, o medo deste desconhecido que se abre diante da morte… Em nosso caso, ficamos mais em casa, choramos juntos, falamos sobre o que aconteceu, sobre o que cada um estava sentindo, nos unimos muito e tentamos acolher uns aos outros.
O Lucas chorava muito, falava bastante sobre o tema contava pra todo mundo que o gatinho tinha morrido, brincava e nas suas brincadeiras a morte aparecia. Já o João ficou mais calado, começou a sentir medo na hora de dormir e pedia pra eu deitar com ele na cama e nesses momentos ele se abria, chorava e expressava mais o que estava sentindo.
E a minha sugestão para você depois de revisar sua relação com a morte, seria comunicar para as crianças o que está acontecendo de maneira honesta, fale sobre o que aconteceu, sobre o que você acredita sobre a vida e a morte, claro que numa linguagem bem simples e que a criança possa compreender. Fique atento para não fugir do tema, é importante mergulhar neste universo tão presente em nossa vida. O ser humano é o único ser na natureza que tem consciência da morte, mas muitas vezes atuamos como se não soubéssemos disso.
Viva cada instante daquele processo, é vivendo no aqui e agora , conectados com cada instante que nos liberamos dos nossos medos. Talvez este seja o maior aprendizado senti depois que o Thor se foi, uma urgência de viver intensamente cada instante, honrando esta grande oportunidade que é estarmos vivos.
Além desse aprendizado algo que desejo compartilhar com você também é sobre a importância de deixar claro para as crianças que aquele gatinho, ou aquele ser que sei foi, vai viver sempre em nosso mundo interno, vai estar sempre vivo em nosso coração se isso for o que a gente deseja. Podemos manter este Ser presente em nossa vida honrando o que ele nos ensinou, por exemplo no caso do Thor procuro brincar mais e com muita alegria com as crianças, a noite agradecemos a presença dele em nossa vida, outro exemplo é no caso da morte da vovó podemos fazer a comida mais gostosa que a vovó fazia, podemos brincar de cuidar das bonecas assim como a vovó cuidava tão carinhosamente dos netinhos. Enfim tentar manter a presença deste Ser que se foi, honrando, agradecendo e fazendo algumas coisas que nos conectam com a sua presença!
E para terminar o vídeo de hoje, sinto que poderia passar varias horas falando sobre este tema… Quero te dizer que para as crianças é extremamente inspirador, confortante e seguro estar ao lado de adultos que expressam com honestidade e responsabilidade o que estão sentindo, que comunicam o que está acontecendo com simplicidade e verdade e que deem tempo para as crianças brincarem com liberdade e elaborarem o que estão vivendo. Dar muito tempo para o brincar livre dos pequenos…
E por hoje eu fico por aqui. Aguardo seu comentário aqui embaixo para seguirmos refletindo sobre a morte. E caso você queira receber notificações do canal se inscreve aqui embaixo e clica no sininho ao lado do botão de inscrição.
Um beijo com muito carinho e até breve