Estamos grávidas… e agora? Mil coisas passam pela nossa cabeça, nossos sentimentos já começam a nos alertar para o que estava por vir, mudanças no corpo, nos hormônios, no humor. Ali, naquele momento, o carrossel inicia seu giro, subindo e descendo. E nós iniciamos os preparativos, pré natal, lista de nomes, enxoval… Mas há um item essencial que pouco se fala da sua importância. A necessidade de estarmos com outras mulheres, outras mães.

Um dos problemas da romantização da maternidade e da idéia de um instinto maternal que habita todas nós e que nos transforma em seres dotados da capacidade natural do amor incondicional, nos prejudica em vários aspectos. Um deles, é que sendo essa super mãe não precisamos de ajuda, de apoio e de colo. Essa idéia equivocada nos empurra para uma caminhada solitária, repleta de dúvidas, medos, inseguranças. Percebemos que não somos capazes de suprir todas as expectativas que a sociedade exige, baseada na certeza de que nascemos para ser mães, e todo o conhecimento brotará em nosso ser como mágica juntamente com o bebê.

Mas o que o parto traz consigo é o puerpério que, somado a percepção do real cenário da maternidade, muitas vezes nos joga em um abismo. Às vezes mais fundo, outras mais raso. Nos sentimos cansadas, inseguras, culpadas. Percebemos que nada será como antes, mas não sabemos como será dali pra frente. Sabemos que não somos as mesmas, mas não temos idéia de quem passamos a ser, muitas vezes acreditamos que nos restringimos a ser apenas “a mãe de…”.

E no meio desse cenário, que também traz consigo um amor capaz de nos transformar, sentimos a necessidade de compartilhar, de ter conosco quem seja capaz de compreender todas essas transformações e se conectar a nós.

Nesse movimento vamos nos reunindo em grupos de mães e formando verdadeiras comunidades, onde compartilhamos, escutamos, falamos, resgatamos nossa intuição, nosso saber, que é bem diferente do “instinto materno” construído com base do que esperam de nós.

A palavra comunidade vem do Latim COMMUNITAS, “comunidade, companheirismo”, de COMMUNIS, “comum, geral, compartilhado por muitos, público”.¹ Comunidade pode ser definida como um grupo de pessoas com interesses comuns.

A comunidade nos ajuda a nos perceber e a perceber o outro, a crescer à partir da troca de experiências e do pertencer. A comunidade alivia o peso nas costas, e a culpa materna, nos ajuda a construir uma maternidade com mais leveza.

Pelo menos, essa é a minha comunidade. E você, quer vir também?

 

Texto: Kika Bárbara, que também é Luiza – @kikabarbara . Mãe da Mari e da Carol, casada com o Marcelo, participante da turma 7 do Zum Zum, momento em que descobriu um novo olhar para a maternidade e um novo caminho para si mesma.

Fotografia: Iza Guimarães. Mãe, fotógrafa, participante da turma 3 do Zum Zum, que descobriu e acredita na fotografia como instrumento de autoconhecimento e conexão. Visite o site www.retratoterapia.com.br e siga no instagram @izaguimaraesfotografia. 

1. https://origemdapalavra.com.br/pergunta/etimo-da-palavra-comunidade/

 

E foi assim que na primavera voltei a florescer em companhia de outras belas flores, cada qual com seus espinhos e dissabores se reuniram em comunidade para juntas e de diversas formas reconhecerem a potência que traziam desde a semente.

Foi neste momento de comunhão que minha feminilidade e meu maternar ganharam um novo tom, o tom da alegria, da leveza da liberdade. Percebia a cada novo encontro com esta comunidade de mulheres mães uma expressão autêntica de minha existência e nada mais poderia embotá-la novamente, a não ser que assim eu quisesse.

Sentidos apurados, ritmo desacelerado e amor que pulsa a vida!

A vida! O que ela quer de nós? CORAGEM!

Agir com o coração, alinhando propósitos, assim eu renasço em meio a comunidade Bee Family, reconhecendo o que trago em mim para agregar ao outro, o que preciso cuidar em mim para cuidar no outro, um fluxo vital de forças que expandem para o mundo de forma integrativa.

Eu sou a Elimar, mulher, filha, irmã, esposa, mãe do Miguel e da Marina, e tantas outras que me atravessam nesta jornada. Me entreguei a imersão do zum zum de mães 10 e a cada dia agradeço por me atrever neste exercício da autoeducação plena.

Um novo tempo de desafios, mas um tempo de grandes alianças do bem, vida longa Comunidade Bee Family!

 

Texto: Elimar Rocha Ribeiro – IG: @elimar_psi / Facebook: @psicoelimar
Mãe de dois, participante da turma 10 do Zum Zum de Mães, onde descobri o poder de me vulnerabilizar e seguir esta jornada da maternidade de forma consciente. Psicóloga Clínica e Educacional, gestora do Casulo Espaço Infantil e estudiosa da Antroposofia e Parentalidade Consciente.

Fotografia: Iza Guimarães. Mãe, fotógrafa, participante da turma 3 do Zum Zum, que descobriu e acredita na fotografia como instrumento de autoconhecimento e conexão. Visite o site www.retratoterapia.com.br e siga no instagram @izaguimaraesfotografia.