Se você acompanha nossa Bee News já deve conhecer nosso projeto Maternidades Diversas, que tem o propósito de promover a diversidade e construir um maternar anticapacitista, antiracista, antilgbtfóbico, antitransfóbico, antimachista, antigordofóbico, e anti tudo que o diminua e o impeça de ser essa potência transformadora. Com esse gesto desejamos quebrar barreiras, dentro e fora de nós, principalmente aquelas que nem sabemos que existem.
Nesse caminho seguimos buscando amplificar vozes e mostrar realidades diversas, contadas pelas mulheres que são as protagonistas de suas histórias. Com isso, temos a honra e grande alegria de ter a participação da Zahy Guajajara, Mulher-Lua, mãe de Kwarahy (sol). Zahy é do povo Tentehar-Guajajara, nasceu na Aldeia Colônia, Reserva Indígena Cana Brava no Maranhão. Aos 9 anos passou a viver entre sua aldeia e a cidade de Barra do Corda, onde foi alfabetizada. Aos 19 anos saiu pela primeira vez de sua terra para morar no Rio de Janeiro.
Na nossa conversa Zahy relata sua vivência como mãe, seus desafios, angústias, alegrias, aprendizados diários. Nos alerta, por sua experiência traumática, a desumanização na assistência e atendimento às mulheres durante o parto em um hospital. Ressalta a importância da comunidade no cuidado coletivo dos filhos em uma aldeia indígena. E ainda nos traz a reflexão sobre o sentido da educação na sociedade.
Zahy relata que a gestação foi tranquila, ela se manteve ativa durante todo período. Porém, destaca que o desafio foi ter engordado muito, 30 quilos, com isso se sentia muito pesada para a estrutura do seu corpo. Houve a dificuldade de estar longe do marido, que estava morando em outro país durante a gestação e veio para o nascimento do filho. Atualmente Zahy se mudou do Brasil e vive com o marido e o filho em outro país. Sentiu falta também da assistência da família, que está no Maranhão, especialmente da sua mãe. Mas teve o apoio de amigos, especialmente durante o último mês de gestação, que foi longa, de 42 semanas.
O parto, que aconteceu em um hospital público no Rio de Janeiro, foi uma experiência traumática para Zahy, o trabalho de parto foi longo e doloroso. Ela sentiu muita falta de uma assistência humanizada e respeitosa, que garantisse a liberdade e protagonismo da mulher. “Pediram que eu fizesse silêncio, me acalmasse mesmo estando em um trabalho de parto longo e doloroso, para não atrapalhar os outros, estava numa situação vulnerável, sem o mínimo de privacidade. Situação muito traumatizante para qualquer mãe, especialmente para mim, de primeira viagem”.
Em conjunto com a frustração de não ter podido realizar a sua vontade de ter voltado para aldeia, estar junto da sua mãe e sua irmã, para o parto com uma parteira da comunidade, como sua mãe que era pajé e parteira. Ela ressalta sobre a falta de respeito e humanidade vividos nessa experiência: “Nem por ser indígena, o que é mais grave ainda, por ser mulher”.
Na amamentação também houveram desafios, pois ela tem mamas acessórias, que se localizam na região das axilas, e também produzem leite. Houve muita dor no início da amamentação, seus seios ”empedraram”, incluindo as mamas acessórias, além disso, os procedimentos no hospital para “desempedrar” foram muito dolorosos. A primeira semana foi no hospital, o seu filho teve perda de peso e icterícia.
Por ter um filho autista tem medo que seu filho não seja independente o suficiente “Mesmo que a gente pense que estaremos aqui para ajudar durante o nosso período de vida, temos esse receio, esse medo, que aconteça alguma coisa e meu filho fique sozinho”. “Tenho medo da rejeição, da falta de empatia da sociedade. Já tive muitos momentos com meu filho que foram muito difíceis, apesar do grau dele de autismo ser mais leve a moderado”.
Zahy relata conflitos em momentos de convívio social, como em parquinhos, de pais de outras crianças cobrando um comportamento como esperar em uma fila, que é algo que não é compreensível para ele. Em resposta a uma mãe de outra criança, Zahy traz uma reflexão: “Nem tudo gira em torno de uma má educação, meu filho não entende palavras, comandos, orientações, é muito difícil para nós e para o nosso filho. Você que é mãe de uma menina que compreende e fala deveria ser um pouco mais empática às limitações de outras crianças”. Essas situações trazem muitas angústias e medo em relação ao filho. “Infelizmente vivemos em uma sociedade que precisa se informar, se reeducar”.
“Como pais a gente quer estar perto, quer ajudar, mas também quer que ele seja independente, porque a gente sabe que a sociedade obriga e precisa que sejamos fortes e independentes na vida, que a gente saiba se virar”
“Ao mesmo tempo que eu digo que há dificuldades por ser a mãe de uma criança autista. Mas ser mãe de uma criança autista me ensinou muito sobre a vida, me reeducou também como Ser Humano”.
“E quando eu digo que minha vida mudou completamente depois de ter me tornado mãe. Na verdade, ter me tornado mãe me salvou também. Meu filho tem algumas peculiaridades nele, ele é tão “ingênuo”, e ao mesmo tempo tão incrível, ele é muito focado. Ao mesmo tempo que tem suas limitações, que dificultam a viver na sociedade que vivemos hoje. Por outro lado, me faz enxergar que eu preciso disso na minha vida, que eu preciso focar, eu preciso seguir em frente sem estar presa a querer olhar para trás, pois se eu não fizer isso, talvez eu não consiga sobreviver nessa vida”.
“Meu filho me ensina muitas coisas, o fato dele não falar me traz questionamentos sobre mim mesma. Eu tenho uma ligação muito forte com meu filho em relação a isso, eu fui uma criança muito tímida, lembro que na minha infância nos meus primeiros anos no colégio eu quase não tinha amigos, quase não falava com outras crianças . E já na adolescência eu me desenvolvi muito bem, fiz muitos amigos, saía, brincava, jogava futebol, vôlei. Então eu tenho essa esperança também que meu filho vai crescer e as coisas vão melhorar”
‘E um filho ensina a gente a ser mãe, todo dia venho me ajudando para ser a melhor mãe possível para o meu filho. Mas na verdade é ele que me ensina a ser a melhor mãe para ele”.
Zahy relata que os seus irmãos que vivem na aldeia têm muitos filhos e o cuidado é coletivo. “Os filhos deles são criados por todos, todos tem uma função de estar ajudando a criar e educar os filhos uns dos outros. Ali as crianças são livres, então chega o filho do vizinho e vai para casa do outro e passa o dia lá, e a mãe não necessariamente precisa se preocupar. Ali é uma comunidade onde todos vivem juntos. Eu não vou dizer em harmonia, pois é uma visão romantizada, de que viver em uma comunidade indígena é um paraíso, são pessoas, humanos com seus conflitos e harmonia como qualquer outro grupo . Mas eu vejo um grupo em que essa comunidade se ajuda entre eles, então também ajudam os filhos dos outros”.
“O termo educação não existe dentro de uma comunidade, os valores são diferentes do que é educação na cidade. Esses valores na cidade são muito cruéis. Porque se o teu filho não segue uma norma, por exemplo se ele não fala obrigado e não diz com licença, é mal-educado e os pais não sabem educar seus filhos”.
“A educação está relacionada aos valores de cada um, da nossa história de vida e etc… se alguém chegar numa aldeia pedindo licença ou falando obrigada, certamente vai sofrer bullying rsrsrs porque vão rir e achar graça, no máximo ao invés de um com licença se ouve “deixa eu passar” e ao invés de obrigado se ouve um “ tá bom”. Estou sendo obrigada a ensinar meu filho a ser “educado” com os valores de uma sociedade que se acha superior a qualquer outra pelo fato de que ele possa também viver de maneira digna”.
Texto: Simone Ximenes – IG: @simone.xmn
Mãe da Júlia, bióloga, educadora ambiental. Participante da turma 9 do zum zum de mães. Atualmente é colaboradora na Bee Family no Programa de Bolsistas e no projeto Maternidades Diversas.
Fotografia: cedida pela própria Zahy Guajajara.
Por quase toda a minha vida, decidi caminhar sozinha. Achava que eu poderia dar conta de tudo sendo apenas eu. As pessoas ao meu redor eram apenas acessórios para o desenvolvimento que eu acreditava que alcançaria com o meu próprio esforço. E por um bom tempo essa caminhada na solidão pareceu funcionar, ou pelo menos eu pensava que funcionava.
Então veio a maternidade e, logo de início, percebi que jamais caminharia sozinha novamente. E me percebi muito feliz em não ter que caminhar sozinha pelo mundo. Agora tinha um par de pequenas mãos que se entrelaçavam às minhas. Mas, ao longo desse caminhar, assim, meio que paradoxalmente, me senti extremamente só. Eu tinha agora a responsabilidade de não somente construir o meu caminho, mas guiar o caminho do meu filho.
Tive que olhar para lugares dentro de mim que jamais pensei que existissem, e percebi que esse olhar não seria possível sem ajuda. Me vi em busca de um horizonte, de uma rede de apoio… e foi quando verdadeiramente me encontrei. Encontrei uma comunidade que me acolheu, me fez consciente, e me libertou.
Sempre achei que eu soubesse quem eu era – plena na solidão – mas me enxerguei através do outro. Hoje, do lugar em que me encontro, muitas verdades já foram questionadas, há partes de mim que já não me cabem. Busco conhecer de onde vim, para entender quem quero ser e onde quero chegar. Sigo meu caminho em busca do meu verdadeiro eu. Mas já não vou mais só. Vou de mãos dadas com minha rede de apoio, abrindo caminho para mim e para os pequeninos pés que me acompanham…
SOBRE A AUTORA:
Texto: Vanessa Bugni – @vanbugni / @dravanpediatra
Mulher, mãe e pediatra, participante da turma 11 do Zum Zum, comunidade onde encontrou terra firme para seguir seu caminho…
Fotografia: Iza Guimarães. Mãe, fotógrafa, participante da turma 3 do Zum Zum, que descobriu e acredita na fotografia como instrumento de autoconhecimento e conexão. Visite o site www.retratoterapia.com.br e siga no instagram @izaguimaraesfotografia.
Abri o armário e o aroma refrescante do Anis invadiu a cozinha. Neste instante me transportei para um passado bem distante: a minha infância. Numa fração de segundos viajei para uma época em que eu nem lembrava que havia passado, mas que aquele cheirinho me lembrou…
Quando pequena eu amava as estrelas, o céu, os planetas. Aprendi com meu pai a olhar para as constelações, dar nome a elas. Ele me ensinou sobre os astros e sobre tudo o que se referia ao céu. Ele gostava tanto que as vezes parecia estar mais lá do que aqui. E por sua influência também aprendi a gostar e a fazer do céu a minha fuga, o meu refúgio. Algumas noites dormia com ele em redes ao ar livre e ficávamos observando o céu e conversando, e eu, sonhava em ser astronauta, a voar livremente pelo universo. Lá eu não sofria, não havia problemas, lá eu era livre de mim e de tudo o que eu não entendia. Naquela época minha irmã do meio nasceu e a minha atenção de filha única se foi. Meus pais, identificados com suas dores, não conseguiam ver a minha tristeza. Eu fiquei então sozinha, calada, invisível. Sentia-me desamparada nos meus sofreres, pois era tão pequena e tão frágil e eram tantas coisas que eu não conseguia entender e que nenhum adulto conseguia me dizer. Também ganhei um cachorro, uma linda pastora alemã chamada Maribel, que chegou numa mochila, bem pequena, virou minha amiga e confidente, ela me entendia, recebia dela amor incondicional. Logo, ela virou um problema e a mandaram para um sítio qualquer. Não entendi o porquê, nem me disseram ou explicaram, só me mandaram aceitar. Novamente me calei, não chorei, não gritei, só emburrei e segui assim, brava, de cara amarrada, embotando uma dor que eu nem sabia como chamar. Com o tempo fui percebendo como fazer e parei de me expressar, aprendi logo a me adequar para recuperar meu lugar no sistema, para tentar ser amada e para receber algumas “migalhas” de atenção e amor…
De repente ouvi um som e despertei de meu pensamento, senti o cheirinho do Anis Estrelado de novo e uma nostalgia me invadiu. Chorei, e agora me abracei, me entendi, me dei colo. Agora cresci e aquela pequena criança que queria morar no céu, entre as estrelas, pôde por mim ser amparada. Aos poucos estou aprendendo a cuidar dela, a dar a ela o que não tive, a envolvê-la com todo o amor que eu puder. E toda vez que encontro aquela pequenina, pego em sua mão e a levo ao coração. Enxugo suas lágrimas, sorrio para ela e a faço rir. Hoje, a levo comigo e a consolo, e assim curamos uma a uma nossas feridas, e a cada dor descoberta nos unimos um pouco mais e a cada novo encontro vamos nos tornando uma, integrando nosso ser.
Relato de vivência a partir da participação na primeira turma do Caminho de Conexão com sua Criança Interior.
Texto: Ana Blasi. Mãe da Flávia, Participante da Turma 9 do Zum Zum de Mães e apaixonada por educação e conexão. @blasi_ana / [email protected] .
Fotografia: Iza Guimarães. Mãe, fotógrafa, participante da turma 3 do Zum Zum, que descobriu e acredita na fotografia como instrumento de autoconhecimento e conexão. Visite o site www.retratoterapia.com.br e siga no instagram @izaguimaraesfotografia.
“Como apoiar seu filho a ter uma vivência positiva da infância?”
Essa foi a pergunta que guiou o segundo encontro do Zum Zum Zum de Mães! Passamos a tarde trilhando um caminho que nos levou a nossa infância, relembramos brincadeiras, viagens, momentos felizes, desafios, investigamos a relação com nossos pais, irmãos e familiares. Estávamos em busca de possíveis respostas para esta questão, ora olhando para dentro, para nosso passado, para nossa própria infância e ora compartilhando, escutando e reverberando com o grupo nossa experiência com nossos filhos.
E colhemos frutos preciosos, que nasceram de cada mãe ali presente, de cada criança interior que habita estas mulheres. E nossos insights com certeza irão transformar nossa relação com nossos filhos e talvez apoie você também a criar um espaço positivo e saudável para o desenvolvimento do seu, que favoreça uma vivência positiva e muito especial da infância.
Sinta um pouco dos frutos que colhemos e compartilhe com quem mais você sentir vontade. Deixe também seu comentário e embarque neste Zum Zum Zum conosco!
Para apoiar uma vivência positiva da infância para nossos filhos é preciso basicamente duas coisas: 1) cuidarmos de nós mesmos, nossas emoções, pensamentos e ações e 2) do entorno que cerca nossa família. E é sobre estes dois aspectos que vamos falar:
1) Um pouco sobre como podemos cuidar de nós mesmos…
Grande parte dos aprendizados dos pequenos acontece por imitação, eles reproduzem o que percebem e captam das pessoas que o cercam. Esse contato com o outro ser humano é extremamente importante desde o início da vida, uma vez que o nosso desenvolvimento se dá através das relações estabelecidas e do que é apreendido das mesmas: sentimentos, emoções e pequenos sinais não verbais (como tom de voz, expressões faciais e corporais, etc.).
As crianças estão abertas, confiantes e entregues a vida, elas “não tem filtros” e não sabem se proteger, vão se conectar com o que está ao seu redor. Somos nós, os adultos, os responsáveis por cuidar do que pensamos, sentimos e fazemos, principalmente na presença de nossos filhos. Enfim, estarmos atentos ao que está passando em nosso “mundo interno”.
Como já dizia Rudolf Steiner, criador da Pedagogia Waldorf, “Toda Educação é Auto Educação!” e partindo desta premissa, para apoiar verdadeiramente nossos filhos a se desenvolverem de forma saudável, precisamos nos atentar ao nosso processo de desenvolvimento pessoal. Compreender a oportunidade que um filho trás para nossa vida, uma vez que cada instante ao lado deles, cada desafio, cada demanda de nossos pequenos é um convite para olharmos para dentro e buscarmos qual é a nossa questão que as crianças estão conectando e trazendo a tona, como uma grande tora de madeira bruta a ser trabalhada. E a partir dai criarmos novas possibilidades para antigas questões, memórias e emoções que não foram devidamente expressadas, assimiladas e integradas ao longo de nossa vida.
Quando compreendemos a grandeza da relação mãe e filho(a) não há mais como fugir ou evitar um grande comprometimento com nosso trabalho de AUTO EDUCAÇÃO. Nasce um desejo ardente de nos tornarmos melhores e mais conscientes para inspirarmos verdadeiramente quem a gente ama!
E por falar em nos tornarmos melhores, identificamos também, em nosso Zum Zum Zum, que para tal é preciso aprender algumas técnicas e ferramentas que nos apoiem a viver uma vida mais PRESENTE ao lado de nossos filhos, uma vez que o mundo ao nosso redor nos convida a ir para fora constantemente. Mentalmente vivemos transitando entre passado e futuro e por vezes ainda vamos “cuidar da vida dos outros”. Expor nossos filhos a esta “confusão mental” faz com que eles se conectem a esta ausência (falta de conexão com o que está acontecendo aqui e agora) e comecem a reagir, tentando chamar nossa atenção e nos trazer de volta ao momento presente.
Meditação, terapia, yoga, caminhada, respiração consciente, dança, canto são ferramentas prazerosas e úteis que podem nos propiciar o necessário encontro interno para estarmos inteiras com nossos filhos. Estar com eles inteiras, sem apego e culpa pelo que passou e/ou sem ansiedade pelo que estar por vir, pelo que está acontecendo lá fora, longe de nós.”
A infância é um momento muito especial e de grande impacto na vida do ser humano. É um privilégio poder acompanhar os passos e conquistas de nossos filhos e ser conscientemente este adulto que guia, inspira e acompanha cada etapa de perto. Esvaziar a mente (“deixar o celular, a vida do vizinho e o mundo externo de lado”) no momento que estamos com eles, para SER e CONTEMPLAR a beleza do que acontece no AQUI e AGORA, deveria ser uma prática (ou intenção), mesmo que por apenas 30 minutos diários. Estar DISPONÍVEL e inteiro quando estamos juntos de nossos pequenos, física, emocional e mentalmente e deixar que do silêncio brote a verdadeira criatividade para guiar esta relação, é um trabalho para toda a vida!
2) Agora compartilho com você algumas idéias sobre como cuidar do entorno que cerca as crianças…
Criar um AMBIENTE HARMONIOSO em seu lar e demais espaços que transita é essencial para um desenvolvimento saudável de seus filhos. E isso também é papel de pai e mãe, somos nós que devemos escolher, cuidar e preparar os ambientes nos quais a criança vai interagir. Somos como jardineiros que temos em nossas mãos uma pequena plantinha frágil, que depende de nós para regá-la, adubá-la, controlar a quantidade de luz que deve receber diariamente, etc. Se deixarmos a plantinha sem os cuidados necessários, exposta ao vento, ao excesso de luz ou chuva ela pode não resistir. E com nossos filhos é mais ou menos assim que acontece também. As crianças, como disse anteriormente, não sabem se proteger dos estímulos externos, elas trazem consigo uma confiança primordial na vida e nas pessoas e se conectam com tudo que as rodeiam sem distinguir o que é bom e o que é ruim.
Diferente do que acontece com o adulto que, por exemplo, quando não gosta de uma música pode sair do ambiente ou tapar os ouvidos, ou simplesmente pensar em outra coisa e deixar de ouvir aquele som. As crianças “não tem escolhas” elas vão se conectar com o que está ai e quanto mais novas mais sensíveis elas são.
Meu bebe (6 meses), por exemplo, chora copiosamente todas as vezes que escuta seu irmão chorando; ou quando vê o irmão brincando de luta com o pai fica super agitado e começa a gritar. Outro exemplo de sua sensibilidade foi quando o levei ao supermercado pela primeira vez (realmente não encontrei outra opção). Ele tinha apenas 5 meses, depois de 15 minutos de exposição naquele ambiente agitado (excesso de luz, cores, sons, pessoas, aromas, enfim uma bomba de estímulos para um bebê que tinha saído de casa poucas vezes) ele não parava de gritar e se remexer no sling. Foi a primeira vez que o vi daquela forma. Enfim, estes pequenos exemplos foram somente para ilustrar o que disse acima sobre o quanto nossos pequenos são sensíveis ao entorno.
Agora pare e observe seu filho, se pergunte sobre as reais necessidades deste ser e veja a fragilidade desta vida que te foi confiada! Seu dever como pai e mãe é cuidar do ambiente no qual ele vai se relacionar. É claro que sei que muitas vezes não vamos conseguir controlar tudo e todos, e desafios também são importantes para o desenvolvimento, mas é preciso um esforço de nossa parte nesta direção, especialmente durante os primeiros anos de vida da criança.
E atenção, eu não estou dizendo para você ficar atrás do seu filho o tempo todo impedindo que ele brinque livremente, muito antes pelo contrário. Quando digo que somos responsáveis por cuidar do ambiente, quero dizer que precisamos prepará-lo, limpá-lo, observar a segurança do espaço, deixar brinquedos simples e apropriados para a idade da criança e depois permitir que ele brinque livremente (sob o olhar atento do adulto, mas sem a interferência constante no brincar), explore ao máximo seu corpo e os demais estímulos ali encontrado.
E falando em estímulos, quanto mais simples e natural melhor. Nada de muito estímulo para os pequenos, um simples passeio numa praça já é suficiente. Permita que seu filho tenha contato com a natureza, pise na terra, na areia, na grama, brinque com pedrinhas, sementes, pedaços de madeira, tecidos de algodão, etc. Quanto mais simples for o seu brinquedo maior a possibilidade da criança interagir, se envolver e criar com aquele objeto.
Agora mãos a obra, é preciso disposição e vontade para apoiarmos nossos filhos a vivenciar a infância de forma positiva! E você deseja enriquecer essa conversa? Compartilhe conosco como você apoia o seu filho a vivenciar a infância de forma positiva!
Ouvi dizer que segundo filho é mais fácil, que eu ia tirar de letra! Afinal de contas sou mãe do João (meu primeiro filho) e trabalho com pais e mães há mais de 8 anos. Minha mente, um tanto quanto arrogante, acreditava que não teria nada de novo que eu saberia exatamente o que fazer quando o Lucas, meu segundo filho, chegasse.
Tive uma gravidez relativamente tranquila, me preparei durante os nove meses, fiz Yoga, meditação, caminhada, agachamento, li livros sobre o tema… O parto foi melhor do que eu jamais sonhei: Lucas nasceu em casa, dentro da banheira quentinha que seu pai e as enfermeiras (da equipe de PD do Sofia Feldman – maravilhosa por sinal) prepararam… Chegou e foi direto para meus braços, despertou em cada um, pai, mãe e irmão sentimentos inimagináveis, muito amor e gratidão!
E com o passar dos dias lá vem ela, a VIDA, mais uma vez me surpreender. Quando Lucas fez 15 dias apresentou alguns sintomas que me fizeram correr com ele para o hospital e por lá ficamos 21 dias internados, antibióticos na veia, 2 punções lombares e muitos aprendizados para essa mãe controladora que queria fazer tudo da maneira mais natural o possível, que se orgulhava em dizer que o João, só havia tomado antibiótico uma vez na vida, que quase nunca ficava doente…
Um novo filho, o segundo, uma nova estrelinha que chegou para reordenar nossa constelação familiar. Um encontro cheio de luz e sombra, força e fragilidade. Um universo ora conhecido e ora desconhecido. E mais uma oportunidade de compreender que a Mente que compara, julga, classifica, nos separa do que É.
E você Lucas é um Ser único, simplesmente você, nem melhor, nem pior, nem mais fácil, nem mais difícil que seu irmão ou que qualquer outro Ser.
Lucas meu filho, você chegou para resgatar a força feminina que há dentro do meu Ser: a mulher, a mãe amorosa que aceita a impermanência e sabe fluir com o rio da Vida.
Obrigada! <3
No mês de maio a Niño Aconselhamento realizou um ciclo de 4 encontros com Pais e Mães colaboradores do SEBRAE-MG em comemoração do Mês das Mães…
Veja o depoimento de alguns participantes de nosso encontro:
“O Curso foi muito interessante: os temas fazem parte do nosso dia a dia com as crianças que são uma dos motivos de estarmos aqui trabalhando no Sebrae. Tivemos oportunidade de aprender um pouco mais sobre essa maravilhosa experiência de ser mãe.”
Fabiana Pinho
“Os aconselhamentos da Niño serviram para eu refletir sobre como estou agindo adequadamente na criação do meu amado filho e o que preciso melhorar em prol da formação de um cidadão saudável emocional, espiritual e fisicamente.”
Renato Cardoso Macedo
Sucesso total!!!
Obrigada a toda equipe do GP do Sebrae-MG pela confiança e carinho e um agradecimento especial a todos os colaboradores da empresa que estiveram presentes em busca de se tornarem melhores pais e mães!!! Vocês fazem a diferença…
…FOI UM SUCESSO, VEJA O DEPOIMENTO DE ALGUNS PARTICIPANTES:
“Foi um encontro que me despertou para a importância de me observar, as minhas reações e o reflexo delas sobre o comportamento da minha filha. Me ajudou muito, obrigada! Juliana Rocha
“Muito bom. Hoje pudemos ter uma visão mais ampla sobre o universo de uma criança. E ficou mais claro como o exemplo é tudo na educação de um filho.” Daniela Diniz
“O encontro foi muito rico e imparcial. A troca de idéias e experiências foi bem interativa e abrangente. Adorei e quero participar mais vezes! Não conhecia e já indiquei, agora que conheci o trabalho de vocês vou indicar ainda mais.” Ana Carolina Pires
OBRIGADA A TODOS PRESENTES PELAS CONTRIBUIÇÕES E CARINHO!!!